Com vizinhos como a UE deve ter-se muito cuidado... Porque o que a UE pretende obter da sua "vizinhança" é a "integração progressiva no mercado interno" da UE, garantir um "melhor acesso aos seus mercados, inclusive através de zonas de comércio livre abrangente e aprofundado", promover o "desenvolvimento do sector privado", garantir a implementação de acordos que coloquem os países vizinhos num papel de tampão da entrada de imigrantes, obrigando-os ao mesmo tempo a tomar medidas para impedir que os seus povos entrem numa UE, a qual acentua cada vez mais o seu carácter de fortaleza.
O suposto "apoio" definido através deste instrumento está sujeito ao cumprimento dos objectivos estabelecidos. Na prática, o cumprimento da condicionalidade associada a esse "apoio" coloca os países envolvidos nesta "parceria" totalmente subordinados aos interesses dos monopólios da UE. As economias dos países envolvidos são mais frágeis e num contexto de abertura dos seus mercados e da promoção do investimento "livre" estrangeiro na indústria e no agronegócio, a tendência será para a destruição da sua capacidade produtiva, particularmente de PMEs, pequenos e médios agricultores, pequena pesca, para a substituição da produção local por importações, para a pressão sobre os trabalhadores para baixarem salários e perderem direitos, sendo esse o factor de ajustamento à competitividade.