Este relatório retoma a inaceitável exigência de um lugar na Assembleia Geral da ONU e um lugar permanente no Conselho de Segurança, decorrentes do anti-democrático tratado de Lisboa e de uma "personalidade jurídica" com ele adquirida. Não é com o objectivo de tornar mais democrático o funcionamento de ambos os órgãos da ONU ou para criar uma nova ordem mundial mais justa que a maioria do PE o faz.
Que contributo pode dar a uma maior democraticidade da ONU e para a paz e o progresso da humanidade uma UE que, em aliança com a NATO e com os EUA, promovem a guerra, a violação do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas na Líbia? Que contributo pode a UE dar para a não ingerência nos assuntos internos dos Estados, para o respeito da sua soberania e independência e para o seu direito ao desenvolvimento – direitos consagrados pela Carta da ONU e pelo Direito Internacional –, quando, em parceria com o FMI, impõe um programa de agressão sem precedentes contra os trabalhadores e o povo de Portugal e a usurpação dos seus recursos? Nenhum.
A soberania decorre do povo. E os povos da Europa não conferiram soberania a uma UE cada vez mais anti-social e anti-democrática.