Não podemos isolar o problema da violência contra mulheres e raparigas do conjunto das políticas transversais que são aplicadas pela UE nos 27 EM. Erradicar todas as formas de violência contra mulheres implica combater o empobrecimento, o desemprego, o aumento de fenómenos de marginalidade e dependência que arrastam consigo o aumento das causas da prostituição, que vitima hoje cada vez mais mulheres. Combater a violência implica combater a violência doméstica e para tal é necessário o reforço das políticas sociais, ou seja, o investimento público que é bloqueado pelas políticas fiscais da UE. Erradicar a violência contra as mulheres implica erradicar, no trabalho, a imposição de extenuantes ritmos de trabalho, os salários baixos que mantêm as mulheres em ciclos de pobreza e as impossibilitam de realizar a sua independência económica, implica terminar com as desigualdades salariais. Ora, as medidas de flexibilização laboral que tanto animam o conceito de competitividade das "instituições europeias" só contribuem para impossibilitar que as mulheres consigam romper com os ciclos de violência a que estão sujeitas. Fazer uma ruptura com as actuais políticas económicas e sociais seria o maior contributo que a EU poderia dar para a luta contra a violência contra as mulheres.