Uma abordagem consequente à problemática das alterações climáticas, mais do que o estabelecimento de metas de redução de emissões, exige uma definição realista dos meios para as alcançar.
Consideramos significativo e revelador que a maioria dos membros da comissão de ambiente tenha rejeitado a inclusão na proposta de resolução sobre Copeganha de emendas defendendo "uma diversificação dos instrumentos utilizados para alcançar os objectivos de redução, evitando uma dependência dos instrumentos de mercado" e a necessidade de se proceder a uma avaliação da eficácia destes "instrumentos de mercado", bem como das suas consequências no plano social e ambiental.
A preponderância atribuída pela UE às "soluções de mercado" é reveladora de uma opção política e ideológica de fundo.
Pretende-se montar um esquema de geração bilionária de activos financeiros fictícios ao serviço de um sistema que mostra nada ter aprendido com a crise em que se encontra mergulhado.
A experiência de implementação do Esquema Europeu de Transacções é um desmentido cabal da virtuosidade da regulação pelo mercado e a demonstração clara da ineficácia e perversidade dos seus instrumentos.