Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Jantar de fim de ano «É hora de mudar de política»

É preciso e necessário voltar a eleger o deputado da CDU pelo distrito de Braga

Aqui estamos, desta forma determinada e confiante para enfrentar com a alegria que nos caracteriza os desafios que temos pela frente, aproveitando todas as oportunidades que se abrem para intervir e conquistar a vida melhor a que todos temos direito.

E aí está uma dessas oportunidades com as eleições a 10 de Março, uma oportunidade que está aberta aos trabalhadores e ao povo, uma oportunidade que é tão importante que já aí estão os do costume a tentar abrir caminho à mentira, à mistificação e às ilusões, aí estão as armadilhas.

Essa armadilha do PS, que fala agora de um novo ciclo, multiplicando promessas atrás de promessas e dizendo que agora é que vai ser.

Não vale a pena tentar recuperar a estratégia batida da vitimização, da chantagem e da ilusão. Isso funcionou há dois anos mas agora já não pega.

Não contam com o PCP para alimentar ilusões, o PS é só um, com as suas proclamações por um lado e a sua prática por outro.

Depois destes últimos dois anos em que a maioria absoluta não só não resolveu os problemas como foi uma mãos largas para os grupos económicos, os que se sentem justamente desiludidos e traídos vão dar um sinal claro, não voltarão a cair na conversa do PS e darão o seu apoio e voto à CDU.

E vão fazê-lo porque sabem por experiência própria que é na CDU que está a garantia de quem nunca faltou nem falta para apoiar tudo o que for positivo e dar combate a tudo o que seja negativo, venha de onde vier.

Vão apoiar e votar na CDU porque já perceberam que quando o PCP e a CDU avançam, a vida de cada um melhora, esta é que é a realidade, confirmada pela vida, confirmada até pelos mais insuspeitos.

Há dias, o ainda Primeiro-Ministro deu mais uma entrevista em que esteve mais hora e meia em campanha eleitoral. 

Passou ao lado das suas responsabilidades e dos problemas que aí estão todos os dias e, pasme-se, deu como exemplos positivos da sua governação, propostas e medidas do PCP, as creches gratuitas, os manuais escolares gratuitos, a redução significativa do passe social, o aumento extraordinário das pensões e reformas.

Sobre a prática da sua maioria absoluta, nada, nem um exemplo, o que é por si só esclarecedor.

Das suas afirmações resultaram duas questões esclarecedoras de grande importância: a primeira é a confissão de que foi a força do PCP e da CDU que obrigou o PS a tomar medidas que por sua vontade nunca tomaria, e a segunda é que, tal como nós afirmamos, sublinhou de forma indirecta que quando a CDU avança e se reforça a vida de cada um melhora.

Tornando assim evidente que é do interesse de todos, inclusive de muita gente que votou noutros partidos, o reforço da CDU.

As afirmações nessa entrevista foram ainda esclarecedoras ao reconhecer que, quando o PS se apanhou com a maioria absoluta, revelou a sua opção pela política de direita, nessa que é outra armadilha, as chamadas contas certas.

As contas certas de PS, PSD, CDS, Chega, IL e da União Europeia, contas certas sempre com os mesmos, que aumentam injustiças, desigualdades, empobrecimento, baixos salários e pensões, essas contas certas que todos os dias enfraquecem o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e os serviços públicos.

Nós também somos pelas contas certas e sabemos que o que é preciso é acertar as contas com os que concentram a riqueza criada pelos trabalhadores, acertar as contas com esses que enchem os seus cofres com escandalosos lucros.

É com esses que é preciso acertar contas e deixar de apertar ainda mais a vida para os trabalhadores, os reformados e tantos outros, para quem sobra sempre a factura, seja em nome da austeridade, da crise, da inflação, da epidemia ou da guerra, é preciso defender e reforçar os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores e do povo. 

Ainda falando em armadilhas, aí estão as sondagens que querem à força decidir pelo povo, uma operação que mais uma vez falhou em toda a linha na Madeira. 

Contra a vontade das sondagens e pela vontade do povo, a CDU cresceu, teve mais votos, mais percentagem.

Para azia de alguns e alegria de muitos, a CDU vai crescer, vai ter mais votos, mais deputados.

E isso vai acontecer mesmo contra a vontade dos que passam a vida a projectar cenários atrás de cenários e querem discutir tudo menos o que interessa, os conteúdos, os projectos, as propostas e soluções.

Desses que diferem no estilo, na forma e nas proclamações mas que sempre que toca à defesa dos interesses dos grupos económicos e da submissão do País, correm todos na mesma pista.

Podem pintar-se como quiserem que a verdade é que PS, com a política pela qual optou, tirou o tapete ao PSD, CDS, Chega e IL e é isso que explica as indisfarçáveis dificuldades destes em fazer oposição à política do Governo.

Não foram poucas as propostas e soluções apresentadas pelo PCP para dar resposta aos principais problemas que aí estão. O que é que esses partidos fizeram? Rejeitaram-nas. É essa a verdade, a prova dos nove que separa palavras e prática. Identifique-se uma, uma proposta de fundo que seja com influência decisiva nas nossas vidas e que belisque os interesses dos grupos económicos, em que PS, PSD, Chega e IL não tivessem estado de acordo em rejeitar.

É por isso que querem que passemos a vida em discussões vazias e em aparentes confrontos esquerda/direita, tudo pela forma, nada pelo conteúdo.

Não contam connosco para esta manobra.

Aqui, no PCP e na CDU, sabemos que a esquerda é pelo que faz e não pelo que proclama. 

Sabemos que a esquerda para o ser de facto coloca os direitos, os salários, as pensões, os trabalhadores, o povo, o Serviço Nacional de Saúde, os serviços públicos, a habitação, os direitos dos pais e crianças no centro da sua acção. A esquerda para o ser de facto tem de resgatar a soberania e colocar ao serviço do País e do seu desenvolvimento os meios e os recursos existentes, a esquerda, nunca o será de facto se se subjugar aos interesses, às negociatas, ao tráfico de influências e corrupção dos grupos económicos.

É entre esta esquerda que de facto o é e a política de direita que está a disputa e o verdadeiro confronto. 

E o verdadeiro confronto que aí está é entre a CDU, os que exigem aumento de salários e pensões, valorização das carreiras e das profissões, a melhoria das condições de vida para quem trabalha ou trabalhou toda a vida, e os que querem manter a exploração e a limitação de direitos; o confronto que está aí é entre os trabalhadores das cutelarias, esses que produzem os talheres para elites de todo o mundo e que recebem praticamente o salário mínimo nacional e os que se apropriam do valor desse trabalho; o confronto está aí entre os operários têxteis, os seus baixos salários, as potencialidades de crescimento e os que acentuam a exploração, encerram empresas e promovem despedimentos com justificação mais que duvidosa.

O confronto está entre a CDU, os trabalhadores e a esmagadora maioria do povo, e os partidos promovem uma política que concentra 42% da riqueza nas mãos de 5% que se apropriam do trabalho da maioria.

O confronto que aí está é entre a CDU, os profissionais, os utentes e a maioria que defende o Serviço Nacional de Saúde, que querem responder às justas reivindicações dos profissionais, garantir a todos acesso a cuidados de saúde, e os partidos que estão empenhados no desmantelamento do SNS e transferem metade do orçamento público da saúde, para os grupos económicos do negócio da doença.

O confronto que aí está é entre a CDU, os jovens, os pais e as crianças, que justamente exigem a concretização dos seus direitos, o fim da caducidade da contratação colectiva, a reposição do tratamento mais favorável ao trabalhador, a rede pública de creches, e os que com as suas opções promovem a desregulação dos horários e a desorganização da vida familiar. 

O confronto é entre todos os que defendem os direitos e uma vida melhor e os partidos que acentuam o caminho da precariedade, dos horários desregulados, do empurrar para a emigração.

O confronto que aí está é entre a CDU, os que já não aguentam mais as prestações, as rendas, os juros, os pagamentos, o aumento do custo de vida, já não aguentam mais os custos de produção dos seus pequenos negócios, e os partidos que promovem os milhões e milhões de lucros diários dos grupos económicos, e os que especulam com a habitação e facilitam esse amassar de milhões de lucros pela banca.

O confronto está entre a CDU, as propostas e soluções e os partidos que rejeitam todas e de cada uma dessas soluções e que aqui no distrito dizem uma coisa e na Assembleia da República fazem outra, como mais uma vez aconteceu no recente Orçamento do Estado: 24 propostas apresentadas pelo PCP, todas rejeitadas pela maioria absoluta do PS e outros votos envergonhados de PSD, IL e Chega.

Foi assim por exemplo para a nova ala cirúrgica do Hospital de Braga, para o Hospital de Barcelos ou para a ligação ferroviária directa Braga – Guimarães, assim como o foi pela reposição de freguesias extintas. 

O confronto, o verdadeiro confronto é entre o projecto da CDU ao serviço que está dos trabalhadores, do povo e do País, e o dos partidos que se ajoelham e ajoelham o País aos interesses dos grupos económicos e financeiros.

Isto não pode, isto não vai continuar assim.

Temos milhões de razões para lutar, exigir e reivindicar essa vida melhor a que todos temos direito, milhões de razões, tantas como os 25 milhões de euros de lucros por dia dos grupos económicos. 

É preciso desenvolver o País e a injustiça não pode continuar, o dinheiro está aí, a riqueza é criada, o que falta, o que se exige, o que é urgente é que essa riqueza seja melhor distribuída.

É com a luta e com o reforço do PCP e da CDU, aproveitando a oportunidade que está aberta com as eleições, que vamos abrir o caminho à política necessária, essa política que de uma vez por todas se coloque ao serviço da maioria e não nas mãos de uns poucos.

Uma oportunidade para respeitar os trabalhadores, aumentando os salários, valorizando as carreiras e as profissões, pôr fim à caducidade da contratação colectiva, repor o tratamento mais favorável ao trabalhador, reforçar os direitos do trabalho por turnos, acabar com precariedade e os horários desregulados, garantir uma vida digna a quem produz a riqueza e garante o funcionamento da economia e da sociedade.

Para aumentar pensões e reformas e melhorar as condições de vida de quem trabalhou e contribuiu uma vida inteira.

Para concretizar uma rede pública de creches em benefício dos pais e das crianças.

Para salvar o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública e os serviços públicos. 

É isto que é preciso, urgente e possível.

A CDU vai crescer, vai ter mais votos e mais deputados.

Vai crescer porque é a força de palavra, dignidade e confiança.

Vai crescer porque há milhares e milhares de pessoas que já perceberam que deputados para defender a banca, o negócio da doença, quem explora e especula, os fundos imobiliários, desses já há e demais na Assembleia da República.

Já perceberam a falta que faz nas suas vidas mais deputados do PCP e da CDU, mais deputados para defender e dar esperança aos trabalhadores, ao povo e aos democratas, mais deputados para enfrentar os grandes interesses e fazer a diferença. 

Para apoiar tudo o que seja positivo, travar tudo o que seja negativo. 

Vamos crescer porque o voto na CDU é o voto de cada um que enfrenta dificuldades em aceder ou garantir a habitação, dos que têm sempre mês a mais para o salário ou a reforma que têm, o dos que estão insatisfeitos, zangados, se sentem justamente traídos. O voto desses e de cada um vale tanto como o voto de qualquer accionista ou dono dos bancos, mas pode valer ainda mais for na CDU e não colocado no mesmo saco dos que se acham donos disto tudo, desses que quanto mais nos apertam mais se enchem.

Vamos para a frente com confiança e de cara levantada, com essa cara levantada de quem sempre soube e sabe que o que serve são os direitos dos povos, é a Paz e não a guerra.

Essa paz que queremos para os povos de todo o mundo e neste particular para o povo palestiniano, esse povo que está a ser massacrado.

Estamos e vamos realizar uma grande acção de esclarecimento, uma acção onde cada um de nós é e tem de ser um militante da conversa e do esclarecimento, uma acção que vale mais pelas conversas que estamos e vamos ter, do que pelo número de documentos que vamos distribuir.

Temos todas as condições e vamos eleger a Sandra Cardoso para a Assembleia da República, vamos eleger o deputado da CDU pelo o distrito de Braga.

E isso será importante para a CDU, mas será acima de tudo importante para os trabalhadores, dos reformados, da juventude, das mulheres, dos artistas, de todos os cá vivem e trabalham nesta terra de trabalho, deste Minho que tanto precisa na Assembleia da República da sua voz.

Temos no distrito uma experiência acumulada, elegemos deputado, não elegemos deputado, voltámos a eleger e depois a não eleger, e agora é hora, é preciso e necessário voltar a eleger o deputado da CDU.

Com os pés assentes no chão mas com a confiança de quem está no terreno todos os dias, com determinação e com alegria, vamos construir um grande resultado eleitoral para a CDU.

Viva a CDU!
Viva a JCP!
Viva o PCP!