Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Apresentação da lista da CDU ao Parlamento Europeu

Precisamos de mais deputados da CDU para defender Portugal na União Europeia

Aqui estamos a apresentar a lista dos candidatos da CDU ao Parlamento Europeu.

Vinte e nove candidatos que, conjuntamente com todos nós, com todos os activistas, todos os apoiantes, todos os militantes, todas as forças que com o PCP compõem a CDU, o Partido Ecologista “Os Verdes”, a Associação Intervenção Democrática, independentes sem filiação partidária, todos aqueles que se vão juntar a nós na CDU, vão continuar a percorrer o País, afirmar a CDU e valorizar o seu trabalho, as suas propostas e projecto distintivo.

Dia 9 de Junho, quem trabalha e trabalhou toda uma vida, quem produz a riqueza, quem estuda, quem tem o seu pequeno negócio, quem se vê obrigado a procurar outro destino porque aqui não encontra condições de vida, a todos esses, apelamos a que se mobilizem e votem na CDU, na sua força, e naqueles que conhecem e vivem os seus problemas, e que levarão ao Parlamento Europeu, como até aqui tem acontecido, respostas e soluções para as suas reivindicações e anseios.

Só pode ser uma voz firme na defesa dos interesses do povo, dos trabalhadores, do País, quem faz parte do povo, dos trabalhadores e acredita neste País.

Seremos no Parlamento Europeu a voz corajosa que enfrenta os monopólios e as multinacionais e que denuncia sem medos e sem hesitações os efeitos da integração capitalista europeia.

Seremos a voz coerente que diz o que faz e faz o que diz, seja aqui, seja em Bruxelas ou Estrasburgo.

Seremos, como até aqui, a voz consequente que sabe que é urgente uma política alternativa, patriótica e de esquerda que trave o caminho de injustiças e dependência.

Do outro lado não faltarão todos os outros que, apoiados pelos grandes meios e recursos, vão continuar a tentar iludir a realidade e fazer da União Europeia o melhor dos mundos. 

Com todos os meios e instrumentos ao seu dispor, vão procurar tentar convencer que o caminho possível é um e só um, e que todos temos que alinhar pelo aprofundamento do neoliberalismo, do federalismo e do militarismo, essa que é a marca e objectivo da integração capitalista da UE.

Estes são os mesmos que, tentando disfarçar os seus objectivos de fundo, vão insistir que é preciso ter cuidado com o aumento dos salários; vão procurar convencer-nos que os serviços públicos, a bem de alguma coisa, terão de estar condicionados às chamadas regras do Tratado Orçamental, que traduzido significa o garrote só sobre as nossas vidas e um aperto tal sobre os serviços públicos.
Um caminho e uma táctica que bem conhecemos.

A táctica do mal e da caramunha, primeiro levar os serviços públicos à mais que certa incapacidade de dar resposta, para depois apresentar como solução a liberalização e a privatização, a bem da colossal acumulação de lucros nuns poucos.

Esses tais, que defendem que os Estados devem estar proibidos de apoiar as empresas públicas, mas que ao mesmo tempo consideram que devem estar sempre disponíveis para entregar milhões de euros de recursos públicos aos grupos económicos e  às multinacionais.

Os mesmos que olham para a habitação como mais um produto de mercado, ou que acham que a saúde é um negócio como outra coisa qualquer; esses que colocam o selo verde nos grandes negócios e nos impostos, mas que se estão nas tintas para o ambiente.

Esses que nos vendem o Euro como a oitava maravilha do mundo, mas que tudo fazem para esconder o facto de que, desde que Portugal entrou nessa aventura só conheceu estagnação económica, baixos salários, degradação do investimento e dos serviços públicos.

Os mesmos que tudo fazem para esconder que o escandaloso aumento das taxas de juro impostas pelo BCE com os impactos que conhecemos nas prestações dos empréstimos à habitação e nos pequenos negócios, tem tudo a ver com a perda de soberania monetária.

Mas esses são os mesmos, que de forma profundamente irresponsável nos virão exigir, em nome de uma guerra que urge parar e não alimentar, que mais recursos públicos sejam transferidos para a compra e produção de armamento, para a escalada da guerra, em vez do necessário investimento na saúde, na educação, na habitação, e em tantas outras necessidades e direitos dos povos.

São esses os mesmos que, convictamente ou até iludidos e embriagados com o chamado projecto europeu, não hesitam nem hesitarão em recorrer à mentira e à deturpação, sobre quem rejeita a guerra e procura os caminhos da Paz.

A esses todos, mas acima de tudo, aos trabalhadores, ao povo e aos jovens dizemos: aqui está a CDU, aqui estão os nossos, que são os vossos candidatos, aqui estão futuros deputados no Parlamento Europeu; que lá estão e estarão para defender o País, os trabalhadores, o povo e a juventude, e para isso é preciso enfrentar e de frente os que se julgam donos e senhores das nossas vidas.

Os tais que pensam que, por terem um novo quadro político ao serviços dos seus interesses, estão de mão livres. 

Pensam, desejam, queriam que assim fosse, mas estão muito enganados.

Aqui está a CDU, aqui estão estes candidatos que hoje apresentamos, para lhes fazer frente e fazer frente a esse projecto que não é dos povos, que não é da cooperação, que não é dos direitos, da soberania nem da Paz.

Aqui está a CDU para construir o resultado eleitoral dos trabalhadores, do povo, da juventude e do País.  

Aqui estão estes candidatos e esta CDU para que se façam opções: ou elegemos deputados da CDU, para defender o povo e o País perante a União Europeia, ou elegemos deputados para defender a União Europeia perante Portugal.

Ou votamos na CDU e damos força à necessidade de enfrentar imposições e defender a soberania nacional, ou abdicamos disso tudo.

Ou exigimos a Paz sem hesitações e sem mas, ou então embarcamos pelo caminho do militarismo, do exército europeu e da guerra.

Ou defendemos, como faz a CDU, o ambiente, ou somos empurrados para mascarar políticas de predação ambiental e o favorecimento das multinacionais, incluindo da energia.

Ou temos uma visão marcada por valores patrióticos e internacionalistas, com a abertura das nossas relações a todos os continentes e geografias do mundo, como aliás está presente na Constituição da República Portuguesa, ou nos sujeitamos ao aprisionamento e isolamento das nossas relações externas.

Este é o momento de fazer escolhas e de optar.

Precisamos de mais deputados da CDU para defender Portugal na União Europeia, porque para defender a União Europeia em Portugal, o seu projecto e objectivos já há deputados demais.

Não precisamos de deputados no Parlamento Europeu que sejam mais do mesmo, que estejam ao serviço de tal punhado que ganha todos os dias com as opções da UE, precisamos, isso sim, de deputados que lá levem e sejam a voz dos trabalhadores e do povo e que enfrentem as imposições, constrangimentos e a submissão de que Portugal é alvo.

Precisamos de deputados, como os da CDU que conhecem melhor do que ninguém os problemas e aspirações do povo.

E conhecem e sentem, não porque ouviram falar, mas porque lá estiveram e estão junto dos problemas, junto das populações, porque lá estão na procura de soluções para os problemas. Lá estão todos os dias pelos salários e reformas, contra as privatizações, pelos serviços públicos, pelo direito à habitação. 

Tem significado e importância que a CDU nas eleições para o PE vá mais longe. 

E este também é um objectivo de todos os que não se iludem e estão no combate ao Governo da AD e ao seu projecto de exploração, empobrecimento e submissão à UE.

Se o trabalhador, quando vota, vota pela mudança, pelo aumento dos salários, contra a precariedade e horários desregulados, pelas reformas e pensões, pela defesa dos serviços públicos, contra as injustiças, contra a Europa dos monopólios, se assim é, então o voto é na CDU.

Se o trabalhador, quando vota, vota pela mudança, vota pela defesa da produção nacional, esse voto só pode ser na CDU.

Esse voto que não aceita a cada vez maior dependência do País, deste nosso País que há quem queira transformar numa bonita estância turística.

Enquanto andamos por aqui em torno de conversas banais, o País está cada vez mais dependente. 

Para produzir cá aquilo que a UE quer que compremos ao estrangeiro, para defender a nossa agricultura e as nossas pescas, para promover a nossa indústria e a investigação científica; o voto é CDU.

É o voto que não aceita que se proíba a palavra Paz e que faz frente à guerra e à corrida aos armamentos. 

É o voto de coragem, que afirma que a guerra, seja na Ucrânia, seja na Palestina, só serve aqueles que estão a encher os bolsos à custa da desgraça dos povos. 

O voto na CDU é o voto que defende o ambiente e que não aceita transformá-lo em mais uma nova área de negócio.

É o voto que combate a direita e a extrema direita, o discurso de ódio, o racismo e a xenofobia das forças reaccionárias que em Portugal e na Europa querem um regresso ao passado sombrio. 

É o voto que combate as privatizações, os paraísos fiscais, a corrupção, os interesses do grande capital que promovem e financiam essas forças. 

É o voto em defesa da liberdade, da democracia, dos valores de Abril com que a CDU está comprometida.

É o voto que se bate pela soberania nacional, para garantir que o povo é dono do seu futuro. 

Para assegurar como, quando e onde aplicamos os nossos recursos e garantir o bem estar da população sem pedir licença a Bruxelas, a Berlim ou a Washington. 

Cada um de nós é, e será, um agente do esclarecimento e terá de chamar, e chamará, outros a sê-lo. 

Vamos à luta, vamos mostrar que a CDU no Parlamento Europeu é imprescindível, porque é insubstituível a sua voz.

É insubstituível a voz da CDU na defesa de Portugal na UE.

O que é preciso é que também lá no Parlamento Europeu se reforce a voz dos trabalhadores, dos jovens, das mulheres, dos reformados, dos imigrantes, dos emigrantes, dos pequenos agricultores, dos pescadores, dos pequenos e médios empresários.

Esses com quem estamos todos os dias, haja o que houver.

Que ninguém falte à chamada.
 

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