Recursos & Potencialidades

Portugal não é um país pobre, porque tem no seu território riquezas e potencialidades que, se devidamente aproveitadas e potenciadas no interesse nacional, podem constituir a base do desenvolvimento económico e social.
Ao contrário, Portugal é um país empobrecido devido à política de direita dos sucessivos governos que não aproveitam os diferentes recursos do país, ou, quando o fazem, é na defesa do interesse do grande capital nacional ou estrangeiro.
Portugal possui imensos e diversificados recursos, atendendo à sua superfície e à sua população.
Desde logo as pessoas, os trabalhadores, portugueses e imigrantes que se encontram no país.
Recurso único, imenso e primordial que foi capaz ao longo da História, de criar, desenvolver e manter independente um Estado quase ao longo de nove séculos – o Estado mais antigo da Europa.
Recurso único e estratégico que, ao longo da maior parte do século XX, para não irmos mais atrás, e, com excepção de pequenos períodos, foi desvalorizado, menorizado e explorado pelas classes dominantes, quer em termos da sua valorização enquanto pessoas e trabalha-dores – devido à sua baixa qualificação escolar – quer em termos da sua ocupação na economia, conduzindo ao desemprego e a recorrentes processos de emigração.
A emigração – que hoje ressurge no nosso país em grande força – constitui um recurso nacio-nal que foi e vai enriquecer outros países e o grande capital.
O desemprego é o maior desperdício de recursos nacional
Também o desemprego constitui um escandaloso desperdício de recursos e um factor de agravamento da exploração de todos os trabalhadores.
Entre a riqueza não produzida e os custos sociais do desemprego o custo estimado para o país ronda os 20 mil milhões de euros por ano. Isto num momento em que o desemprego atinge mais de 700 mil trabalhadores, e onde as políticas do governo PS se revelam um factor de agravamento desta realidade.
Importantes recursos naturais
Portugal possui imensos e diversificados recursos do sub-solo, recursos mineiros, os quais, relativamente a alguns elementos, constituem das mais relevantes jazidas da Europa, e nalguns casos até mundiais.
Recursos importantes em metais básicos, como o cobre, o zinco, o estanho, o alumínio, o tungsténio, o chumbo e o ferro.
Recursos importantes em metais nobres, como o ouro e a prata.
Recursos importantes em metais raros, actualmente com elevada importância estratégica, como o lítio, o tântalo, ou o índio.
Recursos importantes num metal energético estratégico como o urânio.
Potencialidades, ainda não completamente inventariadas, de petróleo e gás natural.
Portugal possui também vastos recursos de rochas ornamentais de grande qualidade e valia económica, como os mármores e os granitos, para além de Rochas industriais diversas, base de importantes indústrias como a cimenteira, a cerâmica, o vidro e a construção civil e obras públicas.
Estes recursos poderiam constituir a base de uma sólida indústria extractiva e da produção de bens intermédios na indústria transformadora.
Recursos energéticos renováveis
Portugal também possui, noutro domínio de enorme impor-tância estratégica, imensos e diversificados recursos energéticos renováveis, de que são de destacar os hídricos, os eólicos, os associados ao Sol, capazes de suportar a níveis muito elevados no plano europeu, a produção de electricida-de, e ainda no que respeita ao solar, o aquecimento de águas e ambiente em edifícios.
Em menor escala, a energia associada ao mar – ondas e marés –, a geotermia e a biomassa – de resíduos urbanos e industriais, bem como da biomassa florestal.
O aproveitamento integral e harmonioso dos nossos recursos energéticos renováveis poderia assegurar, em ano médio, cerca de 60% do consumo de energia eléctrica.
A utilização intensiva de painéis solares térmicos em edifícios, para produção de água quente sanitária e aquecimento ambiental no Inverno, poderia levar a poupanças até cerca de 40%, no consumo de gás.
Gráficos painel 15 16 17
O mar: O mais importante recurso natural do país
Portugal possui mais de 900 quilómetros de costa e a maior zona económica exclusiva da Europa. O mar representa, do ponto de vista económico, o mais importante recurso natu-ral do país.
No plano das pescas, do turismo, do transporte marítimo, da construção naval, da indústria conserveira e da aquacultura, do aproveitamento energético, etc., muitas das possibilidades de exploração destes recursos estão hoje não só desaproveitadas, como a ser entregues a outros, numa lógica de cedência dos interesses nacionais e de condicionamento do nosso futuro.
A exploração dos recursos proporcionados pelo mar é não apenas uma questão de desenvolvimento, mas também da própria soberania e defesa do país.
Gráficos painel 18
Floresta
Portugal possui recursos florestais relevantes, dadas as condições climáticas e as característi-cas dos solos.
Portugal possui a maior área de sobreiro de todos os países da bacia Mediterrânica, isto é, quase 40% de toda a área, sendo o maior produtor, transformador e comercializador a nível mundial, com quase 60% da produção mundial, de cortiça.
Portugal possui também enormes manchas de pinheiro-bravo, de pinheiro-manso e de outras espécies de pinheiro, estando embora desde o início da década de 80, em declínio o pinheiro- -bravo.
Apesar do perfil controverso e dos limites necessários na sua exploração, o eucalipto detém um papel muito importante na econo-mia associada à floresta.
A floresta portuguesa permitiria alimentar importantes fileiras produtivas, de que são de destacar a do papel, com posição muito rele-vante a nível europeu, em termos de produtivi-dade e qualidade de excelência, a da cortiça e a da madeira e do mobiliário.
Contudo, outras fileiras poderão e deverão ser desenvolvidas, designadamente as associadas à química fina.
Integrada numa política de desenvolvimento da agricultura e do mundo rural, a defesa e promoção da floresta nacional poderia consti-tuir um factor relevante para o crescimento económico, coesão territorial e melhoria das condições de vida das populações.
Gráficos painel 19

  • Campanha "Portugal a Produzir"
  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Central