Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Comício CDU

Por Abril, no presente e no futuro de Portugal, a opção é uma e só uma: o voto na CDU

Camaradas e amigos,

Uma calorosa saudação a todos vós, aos nossos aliados do Partido Ecologista “Os Verdes” e da Associação Intervenção Democrática,

aos muitos que não tendo filiação partidária estão connosco na CDU e na luta por uma vida melhor; ao povo e aos trabalhadores da Marinha Grande e do Distrito de Leiria.

A menos de duas semanas das eleições para a Assembleia da República, aqui, estamos empenhados em levar por diante a campanha de esclarecimento e mobilização para reforçar o voto na CDU.

Os problemas que todos sentimos na pele exigem respostas e soluções, exigem a alternativa política e a política alternativa que só a CDU pode concretizar.

Todos nós andamos em conversas, em acções de contacto, a mobilizar para o voto na CDU e o que ouvimos é que a CDU faz falta. A CDU faz falta, faz falta mais força à CDU e é por isso que não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade para conquistar mais votos, mais força, e mais deputados da CDU.

Nenhum de nós que aqui está, nenhum dos nossos candidatos, está na vida política para proveito próprio: estamos para defender os interesses do povo, dos trabalhadores e do País. E é para isso, e só para isso, que precisamos de mais votos, porque quantos mais votos a CDU tiver, em melhores condições estaremos para impor as soluções que são precisas.

Aqui está a CDU, a força de palavra, dignidade e de confiança.

Aqui está esta força de Abril, que se inspira em Abril e nesse processo transformador que provou que o povo encontra sempre a força para se libertar de todas as amarras e de todos os exploradores.

Ainda agora ouvimos o nosso camarada Domingos Abrantes, ouvimos o seu testemunho do que foi a luta naqueles tempos sombrios do fascismo em Portugal.

Somos, com muita honra e orgulho, os herdeiros dessa luta heróica, dessa luta que continuamos pela liberdade, pela democracia e pelas conquistas de Abril.

Abril não é coisa do passado, não é uma data no calendário. Abril é mais futuro; é feito da luta abnegada de gerações e gerações dos filhos do nosso povo.

A revolução de Abril mostrou que é possível conquistar uma vida melhor.

Nos seus valores, no seu projecto, na sua Constituição, está o caminho e o mapa para as soluções para o presente e para o futuro de Portugal.

Na CDU, nas nossas propostas, no nosso projecto, na nossa intervenção, na política patriótica e de esquerda que propomos ao povo português, transportamos os valores de Abril.

Em 2015, a CDU assumiu um papel determinante para afastar o Governo PSD/CDS do poder. Foi mais um exemplo de como a luta dos trabalhadores nas ruas encontra tradução na acção política do PCP e da CDU na Assembleia da República.

A força da CDU não serviu apenas, e já não teria sido pouco, para travar esse projecto reaccionário de corte nos salários, nas pensões, do brutal aumento de impostos, do roubo dos feriados e do convite aos jovens para emigrar.

O voto na CDU serviu para garantir avanços, ainda que limitados e insuficientes, como aumentos extraordinários de pensões, manuais escolares e creches gratuitas, diminuição do preço do passe intermodal, o fim do PEC para as MPME.

O voto na CDU serviu para em 2021 recusar um orçamento, que não respondendo aos problemas do povo, dos trabalhadores e do País, iria agravá-los, como hoje está à vista de todos.

O voto na CDU serviu para o combate à maioria absoluta e ao prosseguimento da política de direita.

Essas opções da maioria absoluta do PS que na prática roubaram as bandeiras ao PSD e à IL, mas também ao Chega, desde logo na subjugação aos interesses dos grupos económicos e na recusa dos direitos e salários aos trabalhadores.

O voto na CDU, hoje, como sempre, é um voto mais que útil é o voto necessário. Mais votos, mais deputados, mais força aos trabalhadores, ao povo, mais possibilidades para pôr o País a andar para frente.

A CDU fez e faz a diferença, sejam quais forem as circunstâncias. Com a sua acção, a sua iniciativa, o seu contributo activo e decisivo. A força de palavra que diz o que faz e faz o que diz, a força da coerência que não muda de opinião conforme o vento.

A força de Abril que não cede nem a pressões, nem a chantagens, venham elas de onde vierem, tenham elas a força que tiverem.

O porto seguro, no qual os trabalhadores e o Povo sabem que podem confiar, que diz sim quando é preciso dizer sim, e diz não quando é preciso dizer não.

A luta dos trabalhadores não é coisa do passado.

Sabemos bem como somos recebidos nas empresas e nos locais de trabalho, sabemos bem o que nos dizem os trabalhadores, as populações e os utentes quando estamos com eles.

Vemos bem como somos recebidos e o que nos dizem, vemos bem que sabem que fazemos falta, que fazemos cada vez mais falta.

Transformemos essa força imensa, essa luta imensa, esse justíssima “fome de mudança” em voto na CDU.

Um voto para enfrentar a degradação das condições de vida que decorrem das injustiças e as desigualdades que aí estão.

3 milhões de trabalhadores recebem até 1000 euros de salário bruto, enquanto os grupos económicos amealham 25 milhões de euros de lucros por dia.

72% dos pensionistas recebem até 500 euros por mês, enquanto os 5% mais ricos captam 42% da riqueza criada.

São as despesas mensais, a instabilidade no trabalho e na vida, a degradação dos serviços públicos, enquanto se verificam às nossas custas, excedentes orçamentais e se promove a concentração de riqueza.

Esta é a realidade, e é face a ela que é preciso responder à maior urgência que se coloca: o aumento geral e significativo dos salários, em 15%, no mínimo 150 euros, o aumento do salário médio, e o aumento do salário mínimo nacional para 1000 euros agora, que é agora que faz falta.

Não há ninguém que hoje não diga que é preciso aumentar os salários.

Mas quando chegamos ao concreto, perguntam logo como é que se faz, procurando ganhar tempo para nada avançar.

Faz-se, aumentando o Salário Mínimo Nacional para 1000 euros já este ano. Faz-se, aumentando os trabalhadores da Administração Pública: só depende do Governo.

Faz-se, revogando a caducidade da contratação colectiva, dando mais força negocial aos trabalhadores.

Faz-se, assegurando, de uma vez por todas, uma mais justa distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores. Faz-se, com apoios às micro, pequenas e médias empresas, cortando custos operacionais que as esmagam: os juros da banca, os seguros, os combustíveis, as telecomunicações, as comissões bancárias, e as portagens.

É agora que se impõe um aumento intercalar das pensões para todos os pensionistas e reformados atinjam 7,5% de aumento, no mínimo 70 euros.

É agora que é preciso garantir o direito à habitação, travar o valor das rendas, pondo os 12 milhões de euros de lucros por dia da banca a suportar o aumento das taxas de juro e investindo 1% do PIB na habitação pública. É necessário pôr fim de uma vez por todas, à lei dos despejos: a “Lei Cristas”. Essa lei do PSD/CDS, essa lei injusta, que o PS se recusou a revogar.

É agora que é preciso salvar o SNS, porque é agora que ele está a saque pelo negócio da doença.

O SNS, e só o SNS, está em condições de garantir o direito à saúde. É preciso avançar na valorização dos profissionais de saúde, aumentando salários, valorizando carreiras.

É preciso dotar o SNS de maior autonomia e garantir condições de prestação de serviços, sem que dependa dos privados.

É hoje que tem de ser garantida a rede pública de creches e os direitos laborais, vínculos efectivos, horários regulados, a revogação das normas gravosas da legislação laboral, a valorização dos trabalhadores, para que pais e crianças possam usufruir dos seus direitos.

É hoje que tem de haver uma aposta na produção nacional, porque é hoje que temos défices estruturais que precisam de ser superados.

É hoje que a indústria, a agricultura, a pecuária, as florestas, as pescas fazem falta e têm de ser postas ao serviço do povo e dos trabalhadores para o desenvolvimento do País, e para a melhoria das condições de vida.

É preciso dizer Basta de Injustiças.

Os interesses dos grupos económicos e das multinacionais não se podem sobrepor aos interesses da larga maioria da população.

A vida dos trabalhadores e do povo português precisa de respostas e respostas que não virão de um PS com mais força, aliás como demonstram estes últimos dois anos da maioria absoluta.

Soluções que não virão do PSD, CDS, Chega e IL que o que querem é voltar aos tempos sombrios da Troika.

As respostas e as soluções que se impõem só são possíveis com mais votos na CDU.

Temos provas dadas de que não fechamos portas, pelo contrário, abrimos. O que não fazemos é passar cheques em branco.

E não adianta agitarem papões e que não há dinheiro para o que propomos.

Houve dinheiro para pôr 16 mil milhões de euros nos buracos da gestão na banca privada, só entre 2008 e 2021.

Houve, e há, dinheiro para gastar mais de mil milhões de euros em PPP por ano.

Houve, e há, dinheiro para transferir metade do orçamento da saúde para os privados.

Houve, e há, dinheiro para dar em benefícios fiscais aos grupos económicos: mais de 1,6 mil milhões de euros por ano.

Houve, e há, todos os anos quase 14 mil milhões de euros que o País deixa sair para o estrangeiro, em lucros e dividendos, fruto das privatizações, da livre circulação de capitais, da dependência externa do País.

Houve e há 25 milhões de euros de lucros por dia aos grupos económicos.

Dinheiro há, haja vontade para uma política em prol da maioria, de quem trabalha e trabalhou uma vida inteira, dos reformados, dos jovens, dos imigrantes, dos produtores, dos pequenos e médios empresários.

Camaradas e amigos,

Aqui no distrito de Leiria, onde estamos a lutar pela eleição de um deputado, os trabalhadores, os reformados, os jovens, a população sabem bem o valor da intervenção e da luta da CDU.

Sabem que contam connosco na luta por melhores condições de vida.

Sabem que estamos ao seu lado na exigência de um novo hospital do Oeste, no reforço dos cuidados primários de saúde.

Sabem que lutamos há anos pela requalificação da linha do Oeste.

Sabem que não nos esquecemos da tragédia dos incêndios florestais e da necessidade de um forte investimento para que tal não volte a acontecer.

Sabem que somos muitas vezes a única voz que se levanta na defesa dos sectores produtivos, dos pequenos agricultores, dos pescadores, dos micro, pequenos e médios empresários.

A CDU faz falta. A CDU faz falta a uma vida melhor.

Há muita gente que ainda não sabe que irá votar na CDU, e que só irá fazê-lo se nós formos ao contacto, à conversa, ao esclarecimento.

Este é um trabalho que depende de todos nós. Existe uma larga margem para crescer e avançar.

Aproveitemos a oportunidade, não descansemos, não deixemos uma única conversa por fazer.

Ao longo de 103 anos o Partido Comunista Português provou e prova ser necessário, indispensável e insubstituível.

Estivemos em todos os avanços e conquistas dos trabalhadores e do povo português, com a nossa iniciativa, com a nossa proposta, com a nossa acção.

São mais de 100 anos de experiência acumulada na luta contra a política de direita, venha ela de onde vier, e contra a direita, tenha ela as formas que tiver, como muito bem sabem as muitas gerações de trabalhadores da Marinha Grande, esta terra de Abril.

E se por muito passámos ao longo destes 103 anos, muito está por fazer.

Hoje cá continuamos na luta e com gente séria e honesta com vontade e a força do povo para travar os que se acham donos disto tudo e pôr o País no trilho que marca a nossa história, no trilho dos valores de Abril.

Por Abril, no presente e no futuro de Portugal, a opção é uma e só uma: o voto na CDU.