Estamos de acordo com vários aspectos focados pelo relatório, nomeadamente:
- a mudança de orientação política resultou numa perda de oportunidades de mercado para os produtores da União Europeia e tem conduzido a um aumento da dependência de produtos alimentares importados de países terceiros, produzidos mediante padrões de produção muito diferentes, o que colocou os produtos agrícolas comunitários em condições de desigualdade;
- a preocupação com a escalada dos custos dos factores de produção agrícola, a qual pode conduzir a uma menor utilização e à redução da produção agrícola, contribuindo para a crise alimentar na Europa e no mundo;
- a necessidade de instrumentos políticos destinados a evitar estas fortes e prejudiciais flutuações de preços;
- a preocupação com a crescente concentração do mercado retalhista alimentar, que tem criado situações de monopólio, e a necessidade de soluções alternativas na negociação com os retalhistas, a favor dos pequenos produtores.
Há, no entanto, aspectos com os quais não podemos estar de acordo:
- a reforçada orientação da PAC para o mercado e a desvalorização da soberania alimentar, colocando a tónica apenas na segurança alimentar, esquecendo que esta é difícil sem aquela.
Daí a nossa abstenção.