Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Pela retoma da actividade desportiva

Na semana em que retomam muitas práticas desportivas importa recordar que o Desporto é um dos sectores mais afectados com a Covid-19, trazendo consequências graves para o País.

A actividade desportiva teve de parar em virtude das medidas de confinamento decididas, pelo que a situação financeira das associações e clubes desportivos se deteriorou abruptamente.

Durante mais de um ano, não obstante as chamadas de atenção do movimento associativo desportivo que o PCP também acompanhou com propostas concretas sempre rejeitadas, não existiu qualquer tipo de apoio destinado a este sector, à semelhança do que aconteceu com o movimento associativo popular.

Por outro lado, durante todo este período, não foi permitido o regresso do público às competições, contrariamente ao que foi possível fazer em segurança noutras actividades.

Agora, anunciados apoios fruto da pressão exercida, o Fundo de Apoio para a Recuperação da Actividade Física e Desportiva e o Programa Federações + Desportivas com valores manifestamente insuficientes, tarda a disponibilização dos mesmos.

Simultaneamente, a Orientação 036/2020, que estabelece os critérios para um “desconfinamento” das actividades desportivas, define critérios de testagem que muito dificultam a retoma, sobretudo num contexto em que os clubes e federações já se encontram numa situação complexa e não aponta a previsão de regresso do público.

Se, por um lado, se exige a realização de testes para retomar toda a actividade de médio e alto risco, por outro, não há qualquer tipo de apoio do Governo para os mesmos, transferindo estes custos para as federações e clubes, verificando-se que alguns, por não os poderem comportar, acabam por pedir aos praticantes e às famílias para custear o teste.

Acresce que, ao contrário dos anúncios de regresso do público feitos pelo Governo, o primeiro-ministro afirmou que não haverá adeptos de volta aos estádios antes da próxima época.

O PCP entende que o Desporto tem uma importância demasiado grande para o País, para a saúde física e mental de crianças, jovens e adultos, e mesmo para a economia, para se estar a “jogar” com a sobrevivência de milhares de clubes e associações desportivas. É urgente a definição de critérios praticáveis para a retoma, o estabelecimento de normas sanitárias para cada modalidade e situação em concreto, e a rápida atribuição dos apoios prometidos.

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