PCP não está cativo de decisões da direita, diz Jerónimo de Sousa

PCP não está cativo de decisões da direita, diz Jerónimo de Sousa

«A moção de censura é um instrumento constitucional de que não prescindimos , sem que façamos dele o alfa e o ómega da solução dos problemas nacionais.
A nossa visão desse instrumento constitucional pode ser admitido, não quer dizer que o seja, num quadro de mudança com a política.
Essa ruptura e mudança não se faz por um mero acto institucional, faz-se com combate político, faz-se com propostas alternativas, como aquelas que estamos a fazer, hoje, aqui, na Madeira, mas não seremos cativos da direita em relação a qualquer moção de censura.
Essa avaliação é feita pela direcção do Partido mas não está, neste momento, em cima da mesa. Aliás vamos fazer uma reunião do Comité Central neste próximo fim de semana e não constitui um ponto da ordem do dia, mas é um instrumento que é sempre admissível num quadro de agravamento da situação”.
Qualquer moção de censura designadamente vindo da direita – que eu duvido - tem que ter conteúdos concretos (…). Como é que o PSD se pode demarcar com uma política com a qual está de acordo, designadamente como se verificou na aprovação ou na viabilização do Orçamento do Estado, com as políticas europeias que estão a afundar o País, com os perigos que decorrem da alteração da lei laboral?
Há uma identificação clara do PSD com estas políticas que quer fundamentalmente que o PS vá assumindo o odioso dessas medidas para capitalizar no futuro.
A direita não precisa de qualquer muleta, já tem os braços, as mãos e o corpo todo de um PS que tem vindo a fazer aquilo que o PSD faria se estivesse no governo.
A rutura será concretizada quando o povo quiser, quando os portugueses assumirem  – e nós lutaremos por isso – a necessidade de uma rutura e de uma mudança, um rumo diferente para o Pais.»