Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Jantar-Comício «Abertura da Campanha Eleitoral - Assembleia Legislativa da Madeira»

O PCP e a CDU são a força em quem os trabalhadores e o povo sabem que podem confiar

Com este grande jantar da CDU marcamos a abertura da campanha eleitoral para a Assembleia Legislativa Regional. Com a força e determinação que a dimensão desta iniciativa testemunha. Com a confiança de quem como nós sabe poder sair à rua e ser respeitado pelas nossas posições, pela coerência da nossa intervenção, pela seriedade que nos é reconhecida. Temos razão por isso para ter confiança.

Temos consciência da importância destas eleições e do que elas podem representar na luta pela ruptura com a política que arrastou a Região para a situação de desastre social e económico que hoje se conhece.

Exploração, desemprego, pobreza, crescentes injustiças não são nem uma fatalidade nem obra do acaso. Resultaram de uma política que teve o PSD-Madeira como principal executor e que contou sempre, mas sempre, cá e lá, com o apoio do PS e do CDS.

Foi assim na relação com os sucessivos governos, foi assim, de forma mais evidente, com os PEC do governo PS e com o Pacto de Agressão subscrito pelas troikas nacional e estrangeira. E sobretudo com o programa de agressão à região que PS, PSD e CDS aceitaram.

Bem pode agora o PSD-Madeira fingir que, por ter mudado de líder, não tem nada a ver com o que se passou, fingir até que não tem nada a ver com Passos Coelho e o governo PSD/CDS. Bem pode o CDS, aqui na região, continuar a fingir que não tem nada a ver com o governo do PSD/CDS que tem arruinado a vida dos portugueses e afundado o País, ou PS e CDS continuarem a alimentar aquela conhecida farsa de dizer cá uma coisa e fazer na AR exactamente o contrário.

Bem pode cada um, ou todos por junto, vir agora prometer o oposto do que fizeram para ver se voltam a enganar o povo, que não alteram nem iludem o que a realidade mostra – que estes três partidos são inteiramente responsáveis pela situação a que chegou a região e em particular a situação de declínio económico, retrocesso social e dependência externa a que o País foi conduzido.

Com inteira verdade se pode dizer que o PCP e a CDU são uma força necessária e insubstituível para romper com a política de direita e para abrir caminho a uma política alternativa patriótica e de esquerda.

Uma força em quem os trabalhadores e o povo sabem que podem confiar. Uma força com soluções e respostas para os problemas do País e da região. Uma força com provas dadas, que nunca falta quando é hora de defender direitos e combater injustiças. Uma força capaz de assumir todas as responsabilidade que o povo lhe queira atribuir.

Sabemos bem que chegada a hora das eleições aí estão todos os outros, uns que nunca por cá se viram, ou tendo-os visto é como se não tivessem por cá estado (tão pouco foi o que fizeram em defesa do povo), a vender ilusões, a fazer umas tropelias para ganhar uns quantos votos, ou até mesmo a concorrer só para porem no boletim de voto um símbolo parecido com o do PCP, para verem se assim levam ao engano os eleitores.

Confiamos que o povo não se deixará iludir. A situação na região da Madeira, a degradação das condições de vida do povo, os problemas que os trabalhadores enfrentam, não deixam tempo para se brincar com o voto. A situação é séria demais para que cada um desperdice o seu voto. Dia 29 é o momento para que cada um dar expressão a essa exigência de dizer Basta! desta política, de fazer ouvir a sua voz e a sua razão, de não aceitar este caminho de condenação ao empobrecimento, de afirmar, com o seu voto na CDU, essa esperança que queremos ver concretizada em projecto de uma vida melhor.

Sim, há uma política alternativa, patriótica e de esquerda, capaz de responder aos problemas do País e às aspirações dos trabalhadores e do povo.

Uma política que assuma a renegociação da dívida como um elemento crucial para libertar recursos e meios dirigidos ao investimento e ao cumprimento das responsabilidades do Estado na educação, na saúde, na protecção social:

- Na promoção e valorização da produção nacional e na criação de emprego;

- na recuperação para o controlo público de sectores e empresas estratégicas, designadamente do sector financeiro;

- na valorização dos salários, pensões e rendimentos dos trabalhadores e do povo;

- na defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado;

- numa política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira;

- na rejeição da submissão às imposições do Euro e da União Europeia, recuperando para o País a sua soberania, económica, orçamental e monetária.

Sim, está nas mãos dos trabalhadores e do povo dar força, com o seu apoio ao PCP e o seu voto na CDU, à exigência de uma política que lhes devolva o direito à plena realização das suas vidas, que promova a melhoria das suas condições de vida e que faça a afirmação do seu direito soberano de decidir de acordo com os seus interesses e aspirações.

Aos trabalhadores e ao povo dizemos: podem confiar no PCP e na CDU.

Dêem mais força ao PCP e à CDU, alarguem a sua influência política e eleitoral que a construção da alternativa e a concretização da política alternativa ficará mais próxima.

Aos trabalhadores e ao povo da região dizemos: dêem coerência à vossa luta por emprego e melhores salários, por justiça social e progresso votando na CDU. Com a segura certeza que em alguma circunstância o seu voto será traído e com a segura certeza de que todos e cada um que têm votado na CDU não terem dado o seu voto por desperdiçado.

Aos trabalhadores e ao povo da região autónoma da Madeira dizemos: podem contar connosco.

Dêem mais força ao PCP e à CDU, que essa será a força que cada um terá quando chegar a hora de ser preciso defender os seus direitos, o seu salário, o seu emprego, a sua pequena empresa ou produção.

Dêem mais força ao PCP e à CDU, elejam mais deputados porque mais deputados significarão ainda melhor e mais qualificado trabalho para ver aprovadas leis favoráveis ao povo e para combater leis que lhe sejam contrárias.

Todos sabem que nas últimas eleições muitos foram os que vieram lamentar a perda de um deputado do PCP, que, durante o mandato, mais ainda foram os que reconheceram que mais que uma perda para a CDU e para o PCP foi uma perda para a região e para eles próprios.

É pois necessário que cada um faça o que tem a fazer durante o dia das eleições, não deixar para outros o que tem de decidir, usar essa força que é o seu voto de forma séria na defesa dos seus direitos, para que todos e cada um à noite desse dia 29 possa dizer – valeu a pena, a CDU elegeu mais deputados, a nossa luta vai continuar agora ainda com mais força.

Porque no dia 30, e nos dias seguintes, os trabalhadores e o povo sabem onde nos vão encontrar. Ao seu lado, na luta pela construção de uma política alternativa, em defesa dos seus interesses, à porta das empresas nos bairros a dar voz às suas aspirações.

Sempre com a mesma determinação de sempre, mas com mais força se mais fortes sairmos das eleições.