Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Parceria Europeia de Inovação sobre o envelhecimento activo e saudável

A ideia de envelhecimento activo presta-se a abordagens distintas, por vezes conflituantes.

O aumento da esperança média de vida deve ser encarado como uma conquista de civilização, possibilitada pelos avanços no domínio da ciência e da técnica. Uma conquista que encerra novos desafios, para os quais a sociedade deverá encontrar resposta.

O sentido dessa resposta dependerá, evidentemente, do tipo de sociedade que queremos.

Numa sociedade organizada em função da satisfação das necessidades humanas, são necessários novos investimentos numa gama diversificada de serviços públicos - existentes e a criar. Desde logo, no domínio da saúde. Isto é o oposto do que está a ser feito por toda a Europa, e em especial em países como Portugal, onde estes serviços estão a ser desmantelados com consequências dramáticas para os mais velhos e mais pobres.

Numa sociedade organizada em função do lucro, o aumento da esperança de vida servirá para alimentar a pressão para a diminuição de direitos e para o aumento da idade de reforma - esquecendo-se que a produtividade do trabalho aumentou significativamente nas últimas décadas, pelo que esta opção não é inevitável, ao contrário do que alguns querem fazer querer.

É na tensão e na luta entre estas visões opostas que se clarificará o que virá a ser, afinal de contas, o "envelhecimento activo".

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