Intervenção de Ricardo Costa, membro da Comissão Política do Comité Central, Encontro «Os comunistas e o movimento sindical – uma intervenção decisiva para a organização, unidade e luta dos trabalhadores»

O papel dos comunistas nas organizações unitárias dos trabalhadores

O papel dos comunistas nas organizações unitárias dos trabalhadores

Camaradas,

A história do movimento operário português nos últimos 100 anos é indissociável da história do nosso Partido, da sua luta e do papel dos comunistas na conquista da liberdade, na derrota do fascismo, na construção de um Movimento sindical Unitário, na criação da CGTP-IN com os seus traços essenciais, uma Central sindical de classe, unitária, democrática, independente e de massas, profundamente ligada aos trabalhadores e resultado da necessidade de organização sindical destes, numa estrutura capaz de nas empresas e locais de trabalho levar por diante a luta, construindo a unidade entre os trabalhadores, em torno dos seus problemas concretos.

Os comunistas no movimento sindical unitário tem como principal tarefa reforçar a organização sindical dos trabalhadores, seja nos seus sindicatos de classe ou no movimento unitário das Comissões de trabalhadores, elevar a luta para patamares que permitam aos trabalhadores, intervir e lutar na conquista de direitos, e consequentemente elevar a sua consciência de classe, contribuindo para a percepção destes do seu papel de transformação da vida e da sociedade.

A unidade entre os trabalhadores é um factor decisivo para alargar e trazer gente nova à luta, unidade que não pressupõe que todos tem de pensar de forma igual ou até estarem em estágios da sua consciência social e política idênticos, que sejam do mesmo Partido ou sequer que tenham Partido, mas que sem hesitações estão dispostos a defender os interesses da sua classe.

Em resultado da evolução da Luta de Massas desenvolvida, muitos trabalhadores acabam por se confrontar com as contradições de quem vive da sua força de trabalho e os que a exploram. É no confronto entre explorados e exploradores que cresce a consciência de classe, aprofundam-se os sentimentos de injustiça e cresce a necessidade da classe trabalhadora em organizar-se para dirigir a luta capaz de alterar o rumo da história.

Numa primeira etapa os trabalhadores lutam por objectivos mais imediatos, mais salário, menos tempo de trabalho, o direito à segurança do emprego, condições de segurança e saúde no trabalho.

A acção reivindicativa elemento essencial para a unidade e luta dos trabalhadores tem que responder a estas necessidades, tem que estar profundamente ligada com o pulsar da vida nos locais de trabalho. Os comunistas precisam de estar intimamente ligados com a realidade aí vivida, de forma a construir o caminho mais acertado para a conquista dessas reivindicações.

Aos Comunistas é exigido que assumam o seu papel de vanguarda, que com firmeza e determinação, não percam nenhuma oportunidade de levar por diante a melhoria das condições de vida e trabalho da classe operária e todos os trabalhadores, o que coloca exigências maiores quanto à forma como assumem desde logo essas reivindicações como suas, como estão dispostos a defendê-las.

Coloca aos comunistas a força do exemplo, de quem não verga e não cede perante os exploradores. É desse exemplo, dessa confiança inabalável dos comunistas que é justa a sua luta, que o prestígio do Partido cresce e alarga junto das massas trabalhadoras.

É imprescindível que ao mesmo tempo que cresce esse prestígio, cresça também a força organizada do Partido junto do proletariado, a criação da organização de base do Partido em cada empresa - a Célula de Empresa - alicerce e elo fundamental da ligação do Partido com os trabalhadores.

Os Comunistas no MSU devem dar especial atenção ao reforço do Partido. O facto de estarem próximos dos trabalhadores acrescenta a responsabilidade de identificar os trabalhadores mais destacados na luta, mais corajosos, mais reconhecidos pelo seu exemplo entre os restantes, e trazê-los para a força organizada que é o colectivo do nosso Partido.

A responsabilização e eleição de trabalhadores para as estruturas unitárias deve ter como perspetiva não só o reforço destas, mas um espaço para experimentar quadros que de futuro possam ser militantes comunistas.

O Partido que somos e que queremos continuar a ser, tem que ter essa profunda ligação à Classe Operária e a todos os trabalhadores, tarefa que será tão mais conseguida quanto mais estruturado e organizado o Partido estiver nas empresas e locais de trabalho, quanto maior for a sua influência para determinar o avanço da luta de classes.

Importa elevar a consciência dos trabalhadores para a necessidade de uma alternativa política e de uma política alternativa, Patriótica e de Esquerda, que, nas actuais circunstâncias, permita dar saltos na defesa e conquista dos seus direitos e aspirações.

No confronto entre trabalho e capital foi e é decisiva uma organização política capaz de organizar os trabalhadores e com estes construir processos revolucionários capazes de alterar o rumo da história, capazes de construir uma sociedade sem lugar para a exploração, de avanços sociais e civilizacionais.

Citando o Camarada Álvaro Cunhal em O Partido com Paredes de Vidro “Em 1921 surgiu directamente vindo das fábricas, vindo da classe operária. E, ao longo de mais de 60 anos de existência, e particularmente nos momentos mais duros e difíceis, o Partido recebeu sempre da classe operária o apoio, a força, a energia, a inspiração e os quadros necessários para prosseguir a luta e para avançar.”.

Camaradas,

Reforçar o Partido é uma tarefa de todos e de todos os dias, O Futuro Tem Partido.

Viva a Classe Operária e todos os Trabalhadores
Viva o PCP

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