A promoção de uma parceria transatlântica mais vasta, tal como é defendida por este relatório, traria novas e mais agravadas expressões da crise e uma articulação ainda mais agressiva entre a UE, os EUA e a NATO, com todos os perigos que daí decorrem para os povos do mundo. Em primeiro lugar o acordo de “comércio livre” entre a UE e os EUA, que levaria ao aceleramento do processo de competição entre grandes monopólios – inserido na acirrada competição mundial -, ao encerramento de um número incalculável de pequenas e médias empresas – e igualmente de algumas grandes empresas -, à promoção de processos de fusão e aquisição em muitos sectores, provocando um ainda maior aumento do desemprego e da pobreza, à pressão para maior redução de salários, à desregulação de muitos sectores fundamentais que hoje têm a produção regulada e protegida, nomeadamente no sector agrícola, com consequências para a segurança alimentar. Em segundo lugar uma maior militarização dessa parceria, com o aprofundamento do processo de militarização da UE e uma maior efectivação do seu papel de pilar europeu da NATO. O relatório é muito claro na divisão de trabalho no mundo quando defende o reforço da PCSD para fazer frente às crises que poderão surgir nas regiões vizinhas da UE, tendo em conta a doutrina dos EUA de “liderar a partir da retaguarda”.