Os responsáveis pela situação do país vêm novamente anunciar boas novas e prometer um futuro melhor que a vida nunca confirma

Os responsáveis pela situação do país vêm novamente anunciar boas novas e prometer um futuro melhor que a vida nunca confirma

Em Aveiro, no encerramento da IX Assembleia da Organização Regional, Jerónimo de Sousa sublinhou que "tal como já assistimos noutras ocasiões e, particularmente, nos períodos pré-eleitorais, aqueles que são responsáveis pela situação de regressão a que o País e a vida dos portugueses chegaram, vêm, novamente, anunciar boas novas e prometer um futuro melhor que a vida nunca confirma".

"É isso que faz o governo do PSD/CDS e a maioria que o apoia, mas também aqueles que têm jogado o jogo da alternância governativa, para prosseguir o mesmo rumo de sempre, mesmo que digam e repitam que o seu rumo é novo. Em relação ao governo e à maioria que o apoia o descaramento da campanha mistificadora é tal que não só anunciam uma promissora viragem na situação do País no pós-troika, quando se sabe que preparam com essa mesma troika novas e graves medidas penalizadoras na vida do povo, como, imagine-se, o mesmo governo que retirou, limitou ou desvalorizou o subsídio de desemprego, o salário mínimo que congelou, o complemento social do idoso, o Rendimento Social de Inserção, que retirou o abono de família a milhares e milhares de crianças e as mais diversas prestações sociais que criou dificuldades imensas aos serviços de saúde, vem anunciar, como o fez Passos Coelho esta semana, que a grande prioridade do governo vai passar a ser a das políticas sociais", afirmou o Secretário-Geral.

Referindo-se ao anúncio da prioridade às preocupações sociais, por parte do governo, Jerónimo de Sousa disse que "estamos no domínio da farsa. Este governo quer voltar a enganar quem? Aqueles a quem disse que os sacrifícios eram temporários, os salários e as reformas eram sagrados. Que não iria aumentar os impostos! É este governo que, sem dó nem piedade, empurrou para o limiar da pobreza mais umas centenas de milhar de portugueses logo nos seus primeiros dois anos de governo – cerca de 25% da nossa população passou a estar nesta situação em 2012 -, como está patente nos dados do INE, que nos vem falar em preocupações sociais?".

O Secretário-Geral relembrou ainda que o PCP reapresentará nos próximos dias na Assembleia da República a proposta de renegociação da dívida a afirmou que "são hoje, por isso, cada vez mais as vozes que se levantam e que reconhecem que a dívida é insustentável e que não pode ser paga mantendo as actuais condições. Vozes onde se incluem muitos dos que não só combateram na altura a proposta de renegociação apresentada pelo PCP como defenderam o Pacto de Agressão que tanto sofrimento causou ao povo português. Da nossa parte reafirmamos que, perante uma dívida insustentável e em parte ilegítima, a renegociação da dívida – dos seus prazos, juros e montantes – assume-se como uma urgente e patriótica atitude para assegurar o direito de Portugal a um desenvolvimento soberano e independente".