"O papel dos comunistas no combate ao nazi-fascismo"

Conferência Internacional de Partidos Comunistas em Moscovo
João Frazão, membro da Comissão Política do CC e Luis Carapinha, membro da Secção Internacional
Avante Edição N.º 1640, 05-05-2005

A contribuição dos comunistas para a Vitória na II Guerra Mundial foi o mote de uma Conferência Internacional realizada a 19 de Abril em Moscovo.
A iniciativa, promovida pelo Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), permitiu sublinhar o importante papel desempenhado pelos comunistas, e desde logo pelo Povo Soviético e o Exército Vermelho, na epopeia em que se lançaram os povos para derrotar a força mais bruta que a História da humanidade já conheceu.
Além dos partidos comunistas dos países que integravam a ex-URSS, participaram ainda na Conferência o Partido do Socialismo Democrático da Alemanha, o AKEL do Chipre, o Partido Comunista Espanha, o Partido Comunista da Grécia, o Partido dos Trabalhadores da Hungria, o Partido dos Comunistas Italianos, Partidos Comunistas da ex-Jugoslávia e o PCP, que alertaram nas suas intervenções para as tentativas de mistificação em torno da História da 2ª Guerra Mundial.
Na sua intervenção, a delegação do PCP, constituída por João Frazão, da Comissão Política e Luís Carapinha, da Secção Internacional, denunciou as «reais cumplicidades das democracias burguesas com o fascismo, desde a política de não intervenção durante a Guerra Civil espanhola até à entrega da Checoslováquia ao imperialismo alemão em Munique».
Os comunistas portugueses, «conscientes de que a sua melhor contribuição à luta da classe operária, dos comunistas e das forças antifascistas a nível mundial seria dada pela resistência e luta contra o regime salazarista», lançaram-se, nos anos da II Guerra, «num processo profundo de reforço do PCP e da luta antifascista», refere a intervenção do PCP na Conferência, sublinhando que «esses foram, em Portugal, os anos do processo de reorganização do Partido Comunista».

Paralelismo inquietante

De acordo com o texto que vimos citando, «foi assim que o PCP se tornou num Partido profundamente ligado às lutas populares, que esteve na primeira linha na denúncia e no combate à carestia resultante da colaboração do regime com a Alemanha nazi, um Partido que organizava importantes greves e lutas pelos direitos do povo, dos trabalhadores e de todos os portugueses».
O PCP alertou ainda para os inquietantes paralelismos que, com naturais diferenças resultantes de novas realidades e das transformações entretanto ocorridas, se verificam entre a actual situação internacional e a que antecedeu a II Guerra Mundial.
Na abertura da conferência, Guenadi Ziuganov, presidente do PCFR, traçou o retrato da situação na Rússia, salientando que o país «se encontra hoje numa situação bastante mais perigosa do que a URSS antes do início da guerra», alertando ainda para as tentações hegemónicas dos EUA, num quadro em que os «estrategas ocidentais se preparam para o desmembramento da Rússia».

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