No dia 28 de Outubro o povo brasileiro será chamado a votar na escolha do presidente da República Federativa do Brasil.
Apesar da brutal campanha mediática que procurou manipular a opinião pública apontando a vitória de Bolsonaro à primeira volta, os resultados do passado dia 7 de Outubro obrigaram aquele candidato a disputar a segunda volta com Fernando Haddad.

Foram para já goradas as ambições da direita mais reaccionária e dos golpistas que impuseram o golpe Estado institucional que destituiu a legítima Presidente do Brasil. A mesma direita que encarcerou Lula da Silva para impedir a sua candidatura impedindo-o mesmo de votar.

É evidente o perigo da chegada ao poder de uma candidatura da extrema-direita, que congrega as forças golpistas e incorpora uma visão repressiva, de ataque a direitos laborais, sociais, a liberdades e garantias e que faz ressurgir mais uma vez na História do Brasil o perigo do fascismo, com o cortejo de exploração, repressão e horrores que o povo brasileiro não deve esquecer.

São os gravíssimos problemas sociais que afectam a grande massa do povo trabalhador brasileiro e a profunda crise das instituições democráticas, em que a politização da justiça e a corrupção desempenham papel particularmente importante, a par da colossal operação de manipulação promovida pelos principais órgãos de comunicação social e pelo uso das redes sociais, que determinaram o resultado da primeira volta.

Mas é ainda possível barrar o caminho ao fascismo! Tal exigirá, no tempo que falta até à segunda volta, a unidade de todas as forças democráticas brasileiras e a mobilização popular em torno de objectivos que respondam efectivamente às suas necessidades e justas aspirações.

Num momento importantíssimo para a luta dos trabalhadores e do povo brasileiro, os deputados do PCP no Parlamento Europeu expressam a sua profunda solidariedade com os comunistas e com as demais forças democráticas e progressistas do Brasil, confiantes na sua luta e unidade para derrotar o fascismo, e para retomar e aprofundar o caminho de progresso e soberania iniciado em 2002 com a primeira vitória presidencial de Lula da Silva.