Esta resolução pretende estabelecer as prioridades do Parlamento relativamente ao Acordo de Livre Comércio UE-Japão e pede ao Conselho que autorize a Comissão a dar início às negociações deste acordo.
Para o Parlamento, o Japão tem que eliminar as barreiras não pautais (BNP), utilizando este argumento como moeda de troca à realização do acordo. Estabelece a inclusão de uma cláusula de revisão vinculativa, para avaliar os progressos do Japão nesta área.
Insiste que a realização deste acordo seria benéfica "para as empresas, os trabalhadores e os consumidores da UE". Enfim, a costumeira retórica.
Há a salientar a existência de contradições que já afloraram e que poderão influenciar o decurso das negociações. São os interesses - "ofensivos" e sobretudo "defensivos" - da indústria automóvel alemã que estão em causa neste caso, em face da dimensão e relevância da indústria japonesa do mesmo ramo. Convenhamos, interesses bem mais poderosos do que os representados, por exemplo, pelos têxteis portugueses, tão prejudicados em anteriores liberalizações negociadas pelos senhores desta UE, ou outros sectores de baixa/média intensidade tecnológica - que enfrentaram a consequente destruição de actividade produtiva e de postos de trabalho.