Este é mais um daqueles debates clarificadores, susceptíveis de separar as águas.
De um lado, os defensores do comércio livre e desregulado. Um dos pilares do neoliberalismo, que emergiu do Consenso de Washington.
São os promotores de uma corrida para o fundo, ao nível dos direitos sociais e laborais, das normas ambientais e de padrões de protecção do bem-estar das populações.
Vêem no apregoado “grande acordo transatlântico” uma oportunidade mais, uma oportunidade de ouro, para impulsionar esta corrida.
Deste outro lado, não é ao comércio que nos opomos. Nem sequer ao comércio com os EUA.
O que defendemos é um comércio regulado, orientado para objectivos de desenvolvimento, atento às especificidades de cada economia, orientado para a complementaridade e não para a competição entre países, produções e produtores.
Um comércio que não resulte – como este acordo resultará, se for por diante – em mais um ataque aos sistemas produtivos mais débeis, aos direitos laborais, aos direitos dos consumidores e à segurança e protecção ambiental.