Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Jantar-Comício CDU

É na CDU que está o trabalho, o povo, o ambiente, a vida melhor a que temos direito, é na CDU que está a esperança

Estamos a um mês das eleições legislativas.

Estamos a um mês de uma oportunidade para alterar a correlação de forças no Parlamento, abrir o caminho novo que se impõe e responder aos problemas que aí estão.

Aqui estamos nesta bela terra, nesta Grândola Vila Morena, para afirmar soluções e juntar forças para ir ao contacto, ao esclarecimento e à mobilização para o voto na CDU.

Uma CDU mais forte é a única garantia para avançar na vida de cada um.

No passado domingo houve eleições nos Açores. Por 85 votos não elegemos o deputado da CDU.

Por muito que nos tentem e tentam fazer crer o contrário, o resultado da CDU deita por terra e de uma vez por toda a teoria que nos entra todos os dias pela a casa a dentro de que a CDU está sempre a baixar de votação.

Depois de termos duplicado de votação na Madeira, voltamos a crescer agora nos Açores, tivemos mais votos e ficámos muito, muito perto da eleição de um deputado.

E foi assim mesmo num quadro de falsa bipolarização entre PSD e PS, uma bipolarização para a qual contribuiu mais uma vez a operação sondagens.

Essas sondagens que influenciam muito mas acertam pouco.

Uma operação sondagens que aí está e vai continuar, e para que não haja dúvidas, é uma operação que vai continuar e que nos vai mandar sempre para baixo.

Que nada se espere dessa operação que não seja tentar enganar e influenciar o voto de todos e de cada um.

E se o esforço é tanto para nos mandar para baixo é porque sabem que estamos a fazer bem o nosso trabalho, que estamos a crescer, que estamos a alargar, e é com isso que eles não podem, é isso que os irrita, é isso que os assusta.

Mas podem vir com todas as sondagens e com todas as operações que há uma coisa que, com o nosso trabalho, contacto, esclarecimento e mobilização, vai acontecer aqui, tal como aconteceu na Madeira e nos Açores, a CDU vai crescer, vai ter mais votos e vamos eleger mais deputados.

Como demonstra a experiência dos Açores, onde faltaram 85 votos, cada voto conta, cada voto faz a diferença e por isso ninguém pode ficar em casa, é preciso ganhar toda a gente para o voto na CDU.

O voto na CDU, o único voto útil para os que estão descontentes e justamente indignados, para os que deixaram de acreditar, para os que são alvo das políticas que não resolvem nenhum dos seus problemas, mas que são umas mãos rotas para os grandes senhores do dinheiro.

Há cada vez mais gente a perceber que há aqui qualquer coisa que não bate certo, há cada vez mais gente a questionar porque razão há uma imensa maioria cada vez mais apertada e uns poucos a lucrar como se não houvesse amanhã.

É que os trabalhadores e o povo, esses que com o seu trabalho põem a economia a funcionar, esses que com o seu trabalho criam a riqueza, sabem que há mesmo muito dinheiro e que ele está é muito mal distribuído.

A conversa de que não há dinheiro, a conversa de que isto está mau para todos e não é possível aumentar salários e pensões, a conversa do “aguenta, aguenta”, essa conversa já não pega como pegava.

Cada vez mais gente percebe que há condições para aumentar salários e pensões, para investir nos serviços públicos, na saúde e na habitação.

Sabem que é justo e mesmo possível aumentar e agora as reformas e as pensões para todos os reformados e pensionistas.

E esta é a hora de relembrar a todos, não vá alguém esquecer-se que estamos agora na fase da chuva de promessas e de caça ao voto.

Os mesmos que recusaram as nossas propostas de aumentos das reformas, como fez o PS, são os que agora vêm prometer aumentos, os que foram os recordistas dos cortes das pensões, o PSD e o CDS, mas também os que lá estavam na altura e que agora são as caras do Chega e da IL, vêm agora prometer aumentos, isto dá para tudo.

Mas o povo não tem a memória curta e sabe com quem conta e conta sempre.

Foi a CDU que contou e conta para os aumentos extraordinários de pensões, contou e conta para optar pelos reformados e não pelos os grupos económicos.

E é exactamente do que se trata, a nossa proposta de aumento de reformas e pensões em, no mínimo, 70 euros e 7,5% para todos os reformados e pensionistas é um excelente exemplo para mostrar que é de opções de que se trata e não de falta de dinheiro.

O aumento que propomos representa mais 1 600 milhões de euros do que o valor que o Governo PS decidiu para os aumentos deste ano.

Um valor que é exactamente o mesmo que o Governo decidiu abdicar entregar em benefícios fiscais aos grupos económicos.

Ou seja, enquanto o PCP e a CDU propõem distribuir este valor por mais de 2 milhões de pessoas que trabalharam uma vida inteira, a opção do Governo é pegar neste valor e dá-lo a quatro ou cinco grupos económicos, os tais dos 25 milhões de euros de lucros por dia.

É preciso fazer opções e aqui no PCP e na CDU optamos pela vida melhor a que todos temos direito.

É justo e possível aumentar os salários em 15% e no mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores.

É verdade, para implementar esta medida os lucros dos tais que ganham 25 milhões por dia ou da banca que encaixa 12 milhões por dia, seriam menores. E então, qual é o problema? O País parava? Os rios passavam a nascer no mar? As flores deixavam de nascer? Não, nada de mal acontecia, pelo o contrário, o que teríamos era uma mais justa distribuição da riqueza que os trabalhadores criaram, e 5 milhões de pessoas recuperariam três anos de perda acumulada de 15% nos salários pela via da inflação.

Em Março vamos a votos, e o voto do trabalhador, do reformado, do utente do SNS, dos que estão aflitos com as prestações e rendas das casas, dos micro, pequenos e médios empresários, dos agricultores, do jovem, do imigrante, nenhum destes votos se pode confundir com os votos dos donos da Galp, do Pingo Doce, dos CTT, da EDP ou da Altice.

É na CDU que está o trabalho, o povo, o ambiente, a vida melhor a que temos direito, é na CDU que está a esperança.

Do PS sabemos o que esperar e, para quem ainda as tinha, os últimos dois anos de maioria absoluta acabaram com as dúvidas.

Assim como sabemos que o que gostariam PSD, CDS, Chega e IL era voltar a 2011, voltar ao tempo dos cortes de pensões, nos subsídios de natal e de férias, nos salários, no “brutal aumento de impostos”.

Sim, podem vir agora com mil e uma cantigas, pôr todas as máscaras, mas grande parte dos que agora vestem a camisola do Chega e da IL são os mesmos que na altura no CDS e no PSD aplaudiam de pé a desgraça do nosso povo.

Temos muito orgulho de termos tido o papel determinante em 2015 em lhes ter aberto a porta de saída do governo.

E isso eles não perdoaram, nem perdoam.

É por isso que Luís Montenegro quer fugir do debate connosco, quer evitar confrontar-se com os que são a verdadeira força do combate à direita e à política de direita, com quem foi e será determinante para barrar o caminho à política e ao seu projecto de empobrecimento da vida dos trabalhadores e do povo, de desigualdades e corte de direitos.

Lá estaremos no sábado à hora marcada para debater e confrontar o presidente do PSD e não me passa pela cabeça que o próprio não compareça.

A todos os que justamente querem dar um sinal aos poderosos, que lhes querem dar um aperto e um safanão, é a CDU que  têm de apoiar e votar.

Na CDU, os únicos que não dependem nem devem favores aos grupos económicos.

É na CDU que está a força de protesto e de proposta.

É este o voto que doi aos tais dos 25 milhões de euros de lucros por dia, aos tais que se acham donos disto tudo.

É da CDU que têm medo, não é da berraria, não é da demagogia, não é do populismo.

Disso eles nada receiam, não só não receiam como os financiam, lhes dão espaço e lhes abrem as portas.

Sabemos bem que o PS não é igual ao PSD, que o PSD não é o mesmo que o CDS e que este é diferente do Chega e da IL.

Nunca tivemos dúvidas disto.

Mas, sempre que a eterna questão se coloca, sempre que há que optar entre os interesses do povo ou os interesses dos grupos económicos, sendo diferentes escolhem sempre pelos mais fortes, e é isto que é preciso parar e de vez.

Este é o momento de opções.

E se é para optar por Abril, se é para optar pelos que produzem a riqueza, pelos que aguentam isto tudo, pelos que merecem e têm direito a uma vida melhor, pelos que trabalharam toda uma vida, pelos jovens, pelos micro, pequenos e médios empresários e pequenos produtores agrícolas, se é por optar por Abril então a opção é uma e só uma: o voto na CDU.

A CDU está a alargar e a crescer, e as pessoas sabem, até eleitores de outros partidos, por experiência própria, que quando crescemos e avançamos a vida de cada um melhora.

Nunca faltamos nem faltaremos na proposta, na iniciativa ou convergência para tudo o que seja positivo.

Não há conquista do povo e dos trabalhadores que não tenham tido a participação, o contributo, a luta e a proposta do PCP e da CDU.

Vão ser muitos os que votarão na CDU pela primeira vez, serão muitos os que regressarão ao voto na CDU, e isto será assim quanto mais longe conseguirmos levar o esclarecimento.

Vamos à conversa, vamos ao contacto. Que cada um identifique com quem te de conversar.

Não esqueçamos a experiência recente dos Açores, por um voto se ganha, por um se perde.

Portugal tem futuro, conhecemos as suas capacidades, meios e acima de tudo conhecemos e confiamos na força que o nosso povo tem, essa força que levou por diante a Revolução de Abril.

E neste ano em que comemoramos 50 anos desse que foi um dos maiores feitos da nossa história colectiva é o momento de sublinhar a a actualidade e o futuro que representam os valores de Abril e a força do seu protagonista, o povo.

Abril demonstra que o nosso povo é capaz de se libertar de todas as amarras e que é capaz de todas as transformações, por muito poderosos que sejam aqueles que o exploram e oprimem.

É esta força que temem, é esta força que atacam, mas é também esta força que é capaz de colocar o País no trilho de onde de nunca deveria ter saído.

Abril é referência, Abril é inspiração, Abril é projecto que se reflecte nas nossas propostas e no nosso programa.

É na Revolução, é na Constituição e nos valores de Abril que está o presente e o futuro de Portugal.

É aqui que estão as respostas e as soluções para aumentar salários e pensões, para salvar o SNS, para garantir o acesso à habitação, para a criação e fruição cultural, para responder aos direitos dos pais e das crianças, para enfrentar de vez as negociatas, o compadrio e a corrupção.

É hora de levar por diante a vida melhor a que temos direito, é hora de votar CDU.

E para os que justamente estão preocupados com a direita, aqui estamos para lembrar e relembrar, não há outra força capaz de enfrentar a direita, como o PCP.

São mais de 100 anos de experiência acumulada no combate à direita, tivesse ela as formas que tivesse.

Não desistimos do País, há recursos e meios, há forças e vontades, e há gente séria e honesta com vontade e força de travar os que se acham donos disto tudo e pôr o País no trilho que marca a nossa história, no trilho que esta Grândola abriu, no trilho dos valores de Abril.

Neste trilho onde o povo é quem mais ordena.

Viva a CDU!