Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Mecanismo para prestação de assistência financeira aos Estados-membros cuja moeda não seja o euro

A criação do mecanismo de apoio às balanças de pagamentos (BoP) dos países da UE cuja moeda não é o euro insere-se no processo de criação de diferentes mecanismos (como o MEE) que, invocando de forma hipócrita a "solidariedade financeira", visam impor medidas a estes países (aqui apelidadas de "programa de ajustamento económico") como aquelas que têm vindo a ser impostas ao nosso país e ao nosso povo: encerramento de empresas e destruição de capacidade produtiva, privatizações e liberalizações, desemprego, destruição de direitos laborais e sociais, destruição de serviços públicos (saúde, educação, segurança social, transportes) cortes em salários, aumento do custo de vida, pobreza...
A maioria do PE defende que o BoP seja garantido pelo orçamento da UE, o que poderá constituir uma sobrecarga adicional para um orçamento manifestamente insuficiente face à situação de crise e às necessidades de desenvolvimento económico e social de países como Portugal.
A reboque da necessidade de conceder ajuda financeira, a Comissão, o Conselho e a maioria do PE querem com mais este mecanismo olear o processo de extorsão dos recursos nacionais dos países - neste caso dos países cuja moeda não é o euro -, o que terá como resultado não a redução das dívidas públicas e dos défices mas o seu aumento, destruindo as soberanias nacionais e criando relações de dependência económica e financeira de carácter neocolonial.

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