Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Mecanismo de estabilização para as bananas do Acordo comercial entra a UE e a Colômbia e o Peru

Em Março de 2011, na sequência de um processo atribulado, a Comissão Europeia assinou um acordo comercial com a Colômbia e o Peru. Muitas foram as forças sociais, nestes dois países e na Europa, que se opuseram a este acordo. Países como a Bolívia e o Equador decidiram abandonar as negociações, acusando a UE de não querer mais do que um acordo de livre comércio. De facto, assim é. As consequências – profundamente negativas – sentir-se-ão de ambos os lados do Atlântico.
No domínio das bananas, os acordos antecipam os prejuízos para os produtores europeus. Por isso prevêem uma cláusula de salvaguarda, que (mostra-nos a experiência) não impedirá esses prejuízos. É o próprio parecer da Comissão de Agricultura do Parlamento que o reconhece. São várias as fragilidades apontadas a esta cláusula. Com uma inaceitável hipocrisia e um intolerável cinismo (para quem, afinal de contas, deu o seu aval ao acordo), chega-se a propôr (à semelhança do que fez a Comissão) o alargamento do Fundo de Ajustamento à Globalização a estes agricultores, reconhecendo a condenação à ruína que lhes decretaram.
Portugal, e em especial a Região Autónoma da Madeira, onde a produção de bana tem um peso relevante, será também afectado.

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