Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Liberdade de imprensa e dos meios de comunicação social no mundo

Do ponto de vista formal e da análise da situação, poderíamos subscrever quase todo o conteúdo desta resolução, nomeadamente sobre a grande concentração dos meios de comunicação social e sobre a sua instrumentalização com objectivos económicos, políticos e ideológicos. O problema é que todas estas declarações de princípios, muito "bonitas", muito correctas, muito defensáveis, assentam na alegada maldade dos "governos" e de "alguns políticos" e na "bondade" dos proprietários dos meios de comunicação social. Procura-se passar a ideia de que os problemas - reais - nada têm que ver com a propriedade dos meios de comunicação social mas antes com o seu mau uso. Nada se diz - e muito haveria a dizer - sobre as condições de enorme precariedade dos jornalistas, o processo de destruição dos seus direitos laborais e sociais, quando se sabe que esta é uma condição fundamental para a liberdade dos próprios e do exercício da sua actividade.
E para terminar, ingerência, muita ingerência para promover os interesses do grande capital na UE, utilizando a capa da defesa da liberdade, da democracia e dos valores da UE que em países como Portugal promove os "valores" do desemprego, da precariedade, da pobreza e da fome.

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