Comitiva da CDU almoça com pescadores

Levar o mar até ao voto

Levar o mar até ao voto

Jerónimo de Sousa esteve com pescadores no porto de Peniche. A iniciativa, ficou claro quem defende a comunidade piscatória, conhece e apresenta soluções para o sector.

Depois de visitarem o pólo penichense do Instituto Politécnico de Leiria e os Estaleiros Navais de Peniche, Jerónimo de Sousa e a comitiva do PCP-PEV almoçaram com pescadores. Num almoço confeccionado por quem traz da faina o pão, o mar foi o prato principal.

Desde logo na intervenção de Ana Rita Carvalhais, que justificou a importância de eleger deputados «que conheçam e sintam os problemas, e apresentem soluções», com a notada ausência dos deputados eleitos nas últimas legislativas por PS, PSD e CDS. Destes não se conhece qualquer proposta ou presença significativas junto dos trabalhadores e população do distrito de Leiria quando tal se impunha.

Entre os «desertores» está a actual ministra da Agricultura, Assunção Cristas, eleita para a Assembleia da República pelo CDS, em 2011, e que preferiu proferir «insinuações e ameaças» quando pescadores e armadores se confrontaram com a «realidade amarga» determinada pela limitação da pesca de sardinha.

Cristas justificou-se com a necessidade de «nos portar-mos bem [perante Bruxelas]» sob pena de «vermos ainda mais cortadas as quotas de pesca da sardinha», lembrou ainda Ana Rita Carvalhais, que com estes exemplos considerou não haver outro caminho senão votar na CDU.

Também o Secretário-Geral do PCP, intervindo no encerramento da iniciativa, deixou a garantia de que «a CDU vai crescer e avançar», mas em jeito de apelo e mobilização, alertou que o PCP-PEV «pode crescer e avançar muito mais se cada um de vós se empenhar e for também candidato».

É necessário mudar

A mesa estava, porém, posta para o mar e Jerónimo de Sousa não se furtou a mergulhar no tema principal. Como entrada, relatou que um dos camaradas que servia o almoço confessou que «a caldeirada está boa, mas falta a sardinha».

Não é por acaso e a confissão tem mais de lamento do que de constatação. Na verdade, a interdição decidida pela UE que tanto está a afectar a pesca de cerco «resulta dessa Política Comum de Pescas que não teve nem tem em conta as especificidades portuguesas e o contexto económico e social das nossas pescas», salientou o Secretário-geral do Partido. Alvo de crítica foram, ainda, os sucessivos governos PS, PSD e CDS pela vassalagem acrítica à Política Comum de Pescas e por desprezarem o sector devido ao seu pouco peso relativo no PIB.

A interdição da pesca da sardinha, para além de dramática para os homens do mar e o conjunto da comunidade piscatória, tem consequências desastrosas na industria transformadora e nos postos de trabalho que esta mantém, acrescentou Jerónimo de Sousa, que voltou a apontar responsabilidades aos partidos da política de direita exemplificando com o facto de Passos Coelho e António Costa, no debate ocorrido na noite anterior, quarta-feira, 9, não terem tido uma só palavrinha para a produção e aparelho produtivo nacionais ou para as pescas.

Pelo contrário, o PCP-PEV tem não apenas propostas eleitorais, mas também uma diversificada e intensa actividade em defesa do sector, dos trabalhadores e populações do distrito. «E não temos nenhum deputado eleito pela região. Imagine-se, então, o que faríamos se tivéssemos?» Daí, concluiu, ser mais que razoável, imprescindível e de inteira justiça, eleger aqueles que sempre estiveram ao lado dos pescadores e do povo e lhes apresentam propostas claras e capazes de dar resposta aos seus problemas e aspirações.

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