A ideia desta iniciativa é questionar a Comissão sobre como pretende implementar e incentivar as chamadas “estratégias activas de inclusão” que menciona na sua comunicação. Mais certo seria questionar a Comissão: quando pretende, acabar, de uma vez por todas, com as estratégias activas de exclusão social, de destruição de direitos sociais e de postos de trabalho, estratégia que a Comissão Europeia tão bem tem levado a cabo?

Diz a Comissão, na sua comunicação, que se deve dar mais atenção a políticas como os cuidados à infância, à educação, às políticas activas do mercado de trabalho, ao apoio à habitação e aos serviços de saúde. Será que os senhores acreditam mesmo naquilo que escrevem?

Porque, no meu país, Portugal, bem como em vários países europeus, há pessoas reais a sofrer com as políticas europeias que os senhores impuseram, mas que fazem questão de esconder com palavras bonitas. Em 2 anos, em Portugal, no âmbito da troika, foram muito activos em promover o despedimento de funcionários públicos e o encerramento de milhares de empresas por via da redução do consumo interno – aumentaram em mais de 430 mil o número de desempregados; através dos cortes em salários e pensões, diminuíram os salários em 9,2%; obrigaram mais de 250 jovens a emigrar; encerraram unidades hospitalares de urgência e aumentaram os custos com a saúde; os números da pobreza infantil subiram dramaticamente. Das duas uma – ou se escolhe o crescimento e a coesão ou a miséria e o retrocesso civilizacional. Os senhores estão activamente empenhados na última.