Intervenção

Intervenção de João Lopes, membro da JCP, Comício, Faculdade de Medicina Dentária, Lisboa

Num contexto de crescentes ataques a todos os sectores da juventude portuguesa, a luta da juventude tem-se afirmado como a resposta necessária, na qual a JCP ao lado da juventude portuguesa tem cumprido o seu papel único e insubstituível. Importa realçar as lutas levadas a cabo contra as medidas penalizadores que o orçamento de estado veio acrescentar a dificuldades que não sendo novas, estão cada vez mais visíveis.

Os estudantes do Ensino Básico e Secundário vêm as condições materiais e humanas das suas escolas degradarem-se, com falta de funcionários, como na Escola Secundária Maria Amália, de pavilhões desportivos e mesmo com problemas estruturais em escolas recentemente remodeladas, como numa escola no concelho de Sintra. É impossível desligar esta realidade do corte no financiamento consumado no Orçamento de Estado, assim como do papel da empresa Parque Escolar, à qual as escola têm de pagar 500 milhões de euros, agravando a sua já difícil situação financeira, sendo este mais um passo a caminho da sua privatização.

Também no Ensino Superior, é evidente a desresponsabilização assumida pelo governo, com cortes no financiamento das escolas. Os cortes e atrasos na atribuição das bolsas de estudo têm hoje consequências gravíssimas na vida dos estudantes, podendo mesmo levar à interrupção dos estudos. A tudo isto acrescem os crescentes custos de frequência, em que, por exemplo, as propinas de um mestrado no ISCTE, hoje já fundação de direito privado, podem chegar aos 20 mil euros, confirmando as consequências há muito apontadas por nós do Processo de Bolonha e do RJIES.

No Ensino Profissional repetem-se as situações de falta de condições materiais e humanas nas escolas, com é o caso da EPCG em que os estudantes se vêm obrigados a deslocar-se para fora da escola para terem aulas de Educação Física. Estes são ainda mais prejudicados pelas propinas praticadas pelas escolas, assim como no acesso aos estágios necessários à sua formação, estágios esses que não são remunerados.

Não podemos deixar de destacar, também, os ataques à juventude trabalhadora, em que a precariedade e os baixos salários são os grandes responsáveis pelas dificuldades que atravessa a juventude portuguesa, aos quais se somam os ataques a todos os trabalhadores, seja no corte dos salários, das indemnizações compensatórias (que querem que sejamos nós a financiá-las através de um fundo) assim como dos apoios sociais, como o abono de família ou o subsídio de desemprego. No distrito de Lisboa são inúmeros os casos de empresas em que, já este ano, com uma simples rescisão de contrato, se despedem centenas de jovens trabalhadores.

A nossa resposta tem sido clara e combativa, com um intensificar da luta nos vários sectores ao longo dos últimos meses. Destacam-se a luta escola a escola dos estudantes do Secundário na Escola Secundária Carcavelos e Gil Vicente, do Superior a 4 de Novembro (Letras, Belas Artes e FCSH), assim como a recolha de um abaixo assinado no Ensino Profissional a ser entregue no início de Março já com mais de um milhar de assinaturas.

A estas acções juntaram-se as grandes lutas nacionais do Ensino Básico e Secundário a 10 de Novembro Ensino Superior a 17 de novembro, e particularmente a grande greve geral do dia 24 de Novembro, em que a juventude trabalhadora participou activamente, também na sua preparação e em piquetes à porta das suas empresas, assumindo e afirmando o seu desacordo com as políticas de direita levada a cabo pelo governo PS/Sócrates com o apoio do PSD e o aval do Presidente da República.

Mas os próximos meses serão de continuidade e aumento da luta da juventude, com as lutas escola a escola nos Ensinos Secundário, Profissional e Superior, assim como com grandes acções de luta de massas no Secundário em fevereiro e no Superior, assinalando mais uma vez o dia 24 de março, dia do estudante. Também a juventude trabalhadora voltará a assinalar o dia 28 de Março, dia da juventude, com uma grande manifestação pelo emprego com direitos para a juventude, contra a precariedade e os baixos salários.

A par de toda esta actividade, a JCP estará comprometida no assinalar dos 90 anos de vida e actividade do nosso partido, o PCP, tal como dos 80 anos do seu jornal, do nosso jornal, o Avante, com uma intenso calendário de iniciativas ao longo deste ano.

Foi no meio de toda esta actividade que a JCP desempenhou um papel central na campanha eleitoral para as eleições presidenciais do passado domingo. Na divulgação da candidatura do camarada Francisco Lopes e do seu projecto de, fazendo dessa candidatura, a nossa, também a canidatura da juventude. Foram mais de 300 mil os portugueses, entre os quais a juventude, que fizeram ouvir a sua voz através do voto na mudança, por uma política patriótica e de esquerda para o país e para juventude portuguesa.

Podem continuar a contar com a JCP nesse combate que saiu reforçado com a nossa campanha junto da juventude, nas defesa da escola pública, gratuita e do emprego com direitos.

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