Intervenção

Intervenção do Deputado<br />Acerca da mudan?a de politica da administra??o dos EUA

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado José LamegoNão tenho qualquer pejo em dizer que, trazendo o Sr. Deputado novamente à Assembleia da República a questão do Protocolo de Quioto, traz um desafio de civilização a debate da Assembleia, que, neste momento, está em grave risco face à posição tomada pelo presidente Bush.Evidentemente que não podemos esquecer que o fracasso da Conferência de Haia decorreu ainda no tempo do Presidente Clinton. Eu não direi que o tempo é o mesmo, porque, como já foi escrito uma vez, «são todos iguais, uns mais do que outros» e, portanto, admito, sublinho e acentuo que as posições que esta administração dos Estados Unidos, ligada ao lobby energético, tem nesta área são particularmente agressivas.Agora, o que pergunto, aproveitando a oportunidade de o Sr. Deputado José Lamego dizer que dentro de uns dias vai reunir com a família, é se nessa reunião de família não seria de encarar um outro tipo de questões que estão associadas ao mesmo problema. Por exemplo: a primeira medida tomada pela administração Bush depois de abrir a porta da Sala Oval foi a de bombardear o Iraque. E bombardear o Iraque porquê? O Sr. Deputado não acha que esse bombardeamento tem directamente a ver com a questão petrolífera, isto é, que é um aviso aos países produtores de petróleo de que o lobby energético não quer o petróleo muito alto, quer o petróleo controlado?Segunda questão: um dos actos que a mesma administração assume também de imediato é o lançamento do sistema antimíssil, o NMD, que, como sabe - e sabe muito melhor do que eu, porque de certeza tem mais informação sobre isso -, é um sistema que vai produzir um profundo desequilíbrio na situação mundial. O que eu lhe pergunto é se na sua reunião de família se irá tomar uma posição clara face à administração americana.Terceira questão: uma outra medida que esta nova administração tomou foi a de apresentar um voto de desconfiança ao novo presidente da República da Jugoslávia, logo secundado, como é costume, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros inglês e pelo Secretário-Geral da NATO, que é também inglês, isto é, pelo eco europeu da administração Bush.O que eu lhe pergunto é se nessa reunião de família vai ser dada à Jugoslávia a oportunidade de ser um país soberano ou se vão ser sustentados os dictats que a administração Bush está, neste momento, a tentar impor à Jugoslávia.

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