Este relatório defende "uma mudança radical na abordagem da UE em matéria de produção, consumo, transformação, armazenagem, reciclagem e eliminação de recursos biológicos" – preocupação que partilhamos. Advoga a "necessidade de investigação na avaliação dos limites de sustentabilidade dos recursos bióticos, tendo em conta as funções dos ecossistemas e as cadeias alimentares naturais, bem como a procura humana de alimentos" – preocupação que partilhamos. E salienta a importância da "aplicação do princípio da precaução na utilização das biotecnologias" – preocupação que também partilhamos.
No entanto, o relatório encerra grandes contradições, nomeadamente em relação às biotecnologias, quando defende procedimentos de autorização da UE mais céleres para os produtos biotecnológicos e um "acesso ao mercado muito mais rápido".
A maioria do Parlamento Europeu não ignora que uma parte dos dados científicos utilizados para autorizações provêm dos monopólios da biotecnologia que os produzem e têm todo o interesse em rentabilizar o seu investimento. A maioria do Parlamento Europeu não ignora, antes apoia, os cortes em laboratórios públicos em muitos países, nomeadamente em Portugal, que visam subordinar cada vez mais a investigação científica e tecnológica aos interesses dos grandes monopólios e ao seu interesse no lucro.
Refere-se o "crescimento sustentável", mas não há sustentabilidade possível no conceito de crescimento capitalista.