Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

O impacto da crise económica na igualdade de géneros e nos direitos da mulher

Estamos de acordo em relação a muitas questões que são colocadas neste relatório, nomeadamente no diagnóstico realizado. No entanto, se por um lado este relatório branqueia os responsáveis pela aprovação e aplicação dessas mesmas medidas (CE, PE, governos nacionais...), por outro, propõe como solução não mais do que a continuidade do mesmo caminho ao referir a necessidade de "programação das medidas de austeridade". Esta contradição é insanável uma vez que os despedimentos, os cortes nos salários, a retirada de direitos sociais e laborais têm, inevitavelmente, uma repercussão negativa na vida das mulheres. Se algumas das nossas propostas foram acolhidas - nomeadamente aquelas que se referiam à defesa das funções sociais do Estado - o PE rejeitou várias das nossas emendas que tinham sido aprovadas na Comissão competente: a crítica em relação à diminuição das prestações sociais, à Troika, a rejeição da Governação Económica e dos programas de "assistência financeira", a defesa do princípio de que a um posto de trabalho efectivo deve corresponder um posto de trabalho permanente, entre outras. Assim se prova que a maioria do PE não poupa esforços em expressar as suas preocupações sobre a vida das mulheres, mas não se compromete em defender as mudanças necessárias para que os seus direitos sejam respeitados.

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