Declaração de Paulo Raimundo, membro da Comissão Política do Comité Central, Conferência de Imprensa

Hiroshima e o combate pela paz

O dia 6 de Agosto marca mais um triste aniversário do lançamento sobre Hiroshima da primeira bomba atómica. Nunca é demais relembrar que, em 1945, já depois da rendição da Alemanha nazi e numa altura em que o imperialismo Japonês estava militarmente derrotado, os EUA criminosamente lançam primeiro sobre Hiroshima e três dias depois sobre Nagasaki duas bombas atómicas, que provocaram mais de 400 mil mortos e cujos efeitos ainda hoje tristemente se fazem sentir em milhares de pessoas.

Assinalar esta data é associar-nos aos milhares de cidadãos e ás organizações que, um pouco por todo o mundo e também em Portugal, estão hoje a relembrar um dos maiores crimes praticados deliberadamente na história da humanidade. Sinalizar esta data é reforçar a luta por um mundo de solidariedade e cooperação entre os Povos, numa altura em que a luta pela Paz é mais necessária que nunca.

Infelizmente, 57 anos volvidos sobre o lançamento da primeira bomba atómica, parece que o mundo nada aprendeu com a lição. Os EUA durante todo este período não só não alteraram a sua pretensão de domínio imperialista, como vêem a acentuar a sua política agressiva, que ganhou novas e perigosas proporções após os trágicos acontecimentos de 11 de Setembro do passado ano.

57 Anos depois, o mundo em que vivemos é terrivelmente agressivo e desigual, caminhando no sentido oposto ao da cooperação, solidariedade e da Paz entre os povos, um mundo cujo o sistema dominante está em profunda contradição e numa acentuada crise política, económica e financeira.

Ao mesmo tempo que somos confrontados com graves problemas que diariamente afectam a humanidade, como a fome, a subnutrição, a doença, o analfabetismo, o subdesenvolvimento; deparamo-nos com o brutal e crescente investimento nos orçamentos militares na procura de armas cada vez mais sofisticadas e de destruição massiva.

Numa altura em que era fundamental acabar com o armamento nuclear, com a crescente militarização e com a guerra, procura-se constituir novos blocos militares e desenvolvem-se projectos como o proclamado "Defesa Anta Míssil" norte-americano, que visam a detenção da supremacia militar sobre o mundo.

Não deixa ainda de ter significado que, 57 anos depois do crime cometido sobre o povo Japonês, os EUA aumentem o investimento na produção de armas nucleares, e afirmem a sua disponibilidade para as utilizarem caso os seus interesses sejam postos em causa.

A destruição do Afeganistão, a ofensiva militar de carácter terrorista sobre o povo Palestiniano, os bombardeamentos ao Iraque e as movimentações que visam a sua invasão, são factores de extrema preocupação. De salientar ainda nesta ocasião que o governo PSD/PP, assim como a anterior gestão do PS, não só apoiam esta política agressiva, como a incentivam. Neste quadro, é particularmente grave a postura do governo face à galopante caminhada para a concretização do exército europeu, a consequente militarização da Europa e criação de um novo bloco militar ofensivo. Assim como o apoio incondicional ao alargamento da NATO, estrutura esta que numa altura em que o que faria sentido seria deixar de existir, viu reforçados os seus poderes agressivos e áreas de intervenção.

O PCP reafirma o seu compromisso de continuar a lutar intransigentemente pelos valores da Paz, da cooperação, da solidariedade e da amizade entre os povos e apela aos trabalhadores e à juventude que se juntem a esta luta contra o crescente militarismo, pelo desarmamento nuclear e pelo fim da guerra e da opressão sobre os povos. Esta é, no nosso entender, uma luta essencial pelo desenvolvimento do mundo, pela defesa dos interesses da humanidade e pela afirmação dos direitos dos trabalhadores e dos povos.

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