Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Guantánamo: decisão iminente de pena de morte

Estamos perante mais um triste exemplo da política de dois pesos e duas medidas tão frequente nesta casa.

O que está em causa neste debate é a violação de direitos humanos por parte das autoridades dos Estados Unidos da América - detenções arbitrárias e ilegais (incluindo de menores), a negação do direito a um julgamento justo, a prática de tortura e da pena de morte.

Algumas destas violações foram cometidas com a cumplicidade, demonstrada, de Estados-Membros da UE, que colocaram os seus territórios à disposição da CIA.

Mas, lamentavelmente, na proposta de resolução comum não encontramos uma palavra de condenação das autoridades dos EUA nem dos países europeus que com elas foram cúmplices neste processo. Palavras que não faltam quando se trata de condenar outros países.

Neste caso, as exigências transformam-se em pedidos e opta-se antes por assinalar, como se faz no primeiro ponto da resolução, a estreita relação transatlântica baseada em valores comuns e no respeito pelos direitos humanos. É lamentável, mas muito esclarecedor...

Mais do que apelar ao encerramento da base norte-americana na Baía de Guantánamo, seria importante reclamar a restituição a Cuba da soberania sobre esta parte do seu território, ilegalmente ocupada pelos EUA.

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