Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Governo PS coloca desemprego no valor mais elevado de sempre

Desmentindo toda a propaganda e demagogia do Governo PS, manifestada ainda ontem a partir dos números sobre a evolução do PIB quando procurou esconder a situação de recessão em que o país se encontra, foram hoje conhecidos os valores da evolução do desemprego no 2º trimestre de 2009 onde se confirmou que pela 1ª vez o nº de desempregados em sentido restrito, apurados pelo INE ultrapassou o ½ milhão, mais precisamente 507 700 confirmando a real dimensão da crise. Se acrescentarmos a este valor, o nº de trabalhadores disponíveis mas inactivos e o subemprego visível, ficamos com o nº de desempregados em sentido lato - 635 200 – o que significa o maior número do desemprego em Portugal desde o 25 de Abril.

Ao Governo PS sobra-lhe em propaganda o que lhe falta em capacidade de combater a crise. Apesar dos muitos anúncios e promessas, só no último ano perderam-se 151 900 postos de trabalho e quase 100 mil trabalhadores foram atirados para a situação de desemprego, sendo os sectores da indústria, construção e o sector agrícola os que mais postos de trabalho perderam o que é revelador quanto à liquidação de capacidade produtiva que está em curso no nosso país. Na verdade o agravamento do desemprego representa uma quebra na produção nacional não inferior a 20 mil milhões de euros, ou seja custa ao nosso país cerca de 12% do PIB, valor que resulta fundamentalmente de salários não pagos, redução das receitas da segurança social e aumento das suas despesas com subsídios de desemprego e redução das receitas fiscais do Estado.

É particularmente importante o impacto do desemprego junto da juventude com uma taxa situada nos 18,7 por cento, factor que se conjuga com o agravamento do trabalho precário que atinge mais de 1,2 milhões de trabalhadores por conta de outrem, valores que são expressão de um acentuado processo de liquidação de direitos das novas gerações de trabalhadores e de agravamento das suas condições de vida.

O PCP chama ainda a atenção que, ao mesmo tempo que cresce o desemprego, por acção deste Governo, diminui acentuadamente a protecção aos desempregados dos quais 300 mil pessoas encontram-se neste momento sem subsídio de desemprego. São por isso necessárias medidas de emergência para combater esta “chaga social", nomeadamente o alargamento da protecção no desemprego e a reposição dos critérios que este governo alterou.

A dimensão e a gravidade da situação do desemprego, do trabalho precário e do crescente número de trabalhadores sem qualquer protecção social, ao mesmo tempo que continuamos a assistir a um escandaloso processo de acumulação de lucros por parte dos grupos económicos e financeiros, são a mais fiel comprovação da necessidade de uma profunda ruptura com a política de direita que PS, PSD e CDS-PP têm imposto ao país.

O PCP reclama uma ruptura e uma mudança de políticas que garanta uma efectiva protecção aos desempregados, mais produção nacional e mais emprego, e a garantia de uma vida melhor.

14.08.2009

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