Esta proposta visa impedir os Estados-Membros de tomarem o que chamam de "medidas divergentes" e com impacto sobre o "bom funcionamento do mercado interno da UE". Trata-se de mais uma matéria em que a UE se sobrepõe à vontade soberana de cada país e das suas instituições na tomada das medidas julgadas mais consentâneas com o interesses e aspirações de cada povo.
O enquadramento dado ao papel destes fundos e ao financiamento do que chamam de empresas sociais não é alheio ao pensamento neoliberal dominante na UE, exigindo menos Estado, da destruição das suas funções sociais, dos processos de liberalizações e privatizações de empresas e serviços públicos fundamentais, deixando os trabalhadores e os povos sujeitos às lógicas do sector privado e do seu financiamento de empresas e projectos. Ao contrário do se quer fazer crer, não se trata de filantropismo. É o lucro o que os investidores procuram com este financiamento, com todas as consequências que tal terá sobre a qualidade e a natureza dos bens e serviços prestados. Ficarão igualmente de fora as regiões mais pobres, menos populosas e portanto menos lucrativas. Tenta-se impor uma lógica de conformação social e de negação de direitos fundamentais dos trabalhadores e dos povos. Apesar disso, todos os esforços e financiamentos que diminuam o sofrimento humano devem ser apoiados.