Intervenção de António Filipe na Assembleia de República

Falecimento do Almirante Rosa Coutinho

Voto de pesar pelo falecimento do Almirante Rosa Coutinho

Sr. Presidente,
Srs. Deputados,
O Grupo Parlamentar do PCP subscreve este voto de pesar pelo falecimento do Almirante Rosa Coutinho e considera ser profundamente injusto para a sua memória que este voto não seja aprovado por unanimidade, na Assembleia da República.
O voto de pesar apresentado refere o seu «prestígio profissional e militar», que «foi um militar brioso e patriota, inteiramente dedicado à sua profissão de oficial de marinha e de engenheiro hidrógrafo».
Refere-se no voto a sua «inteligência», a sua «capacidade realizadora» e os seus «trabalhos de hidrografia realizados em Angola e Moçambique», e que foi um «excelente operacional e comandante de navios».
Consta ainda do voto que o «Almirante Rosa Coutinho manteve uma acção cívica própria de um cidadão preocupado com os destinos do seu país e empenhado na construção de uma sociedade justa e solidária», «patriota, marinheiro valoroso, profissional íntegro e cidadão dedicado à sociedade».
É o que se diz no voto e não sei, destes termos, o que é que os Srs. Deputados da direita parlamentar podem contestar.
O que fica muito claro é que o problema da direita, relativamente a este voto, não tem tanto a ver com a personalidade e com a acção do Almirante Rosa Coutinho, trata-se de um ressentimento histórico relativamente à descolonização.
É com a descolonização que os senhores não se conformam.
O Almirante Rosa Coutinho foi um democrata, foi um patriota, foi um valoroso militar de Abril, foi o mais jovem militar da Junta de Salvação Nacional, escolhido pelos seus camaradas da Armada devido ao seu grande prestígio, teve um papel da maior relevância no processo de
descolonização e de construção da democracia e é inteiramente justo que, no momento do seu falecimento, a Assembleia da República lhe preste a devida homenagem.

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