Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Exploração Sexual e Prostituição

96% das pessoas que se prostituem no mundo são mulheres. A prostituição contribui claramente para a perpetuação da desigualdade entre homens e mulheres e é inquestionavelmente uma forma de violência contra as mulheres. É não uma velha profissão, mas uma velha forma de violência contra as mulheres, reflexo das desigualdades sociais e económicas que o capitalismo reproduziu. Um capitalismo que considera que tudo é vendável e comercializável, incluindo a sua intimidade, tratando as mulheres como mercadoria e utilizando-as para a obtenção dos lucros dos proxenetas que, nos países onde a prostituição é legalizada, passam a ser respeitáveis homens de negócios da noite. Numa sociedade progressista, o trabalho é fonte de realização individual enquanto contributo produtivo para a sociedade. Quem considera que uma mulher que vende a sua intimidade e a sua dignidade para a satisfação sexual do homem-comprador sente-se realizada, tem que estar equivocado. A perspectiva abolicionista, em grande parte, defendida neste relatório, considera a mulher uma vítima a quem o Estado deve proteger, acompanhar e integrar, e criminaliza quem lucra à sua conta e quem alimenta esse processo de exploração – os clientes. A sociedade deve caminhar em frente, para a abolição da violência contra as mulheres e não para a sua aceitação e normalização.

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