As sociedades industrializadas modernas assentam os seus alicerces no consumo de enormes quantidades de energia e de recursos minerais, crescentemente escassos, de ocorrência limitada na crosta terrestre.

Muitos desses recursos assumem hoje um carácter estratégico, devendo a sua gestão ser norteada pela imperiosa salvaguarda do interesse público, tendo em conta as necessidades das populações presentes e futuras.

A redução de consumos, a reutilização, a reciclagem, a eficiência do uso dos recursos, assumem-se como necessidades imperiosas, sim, mas a sua prossecução não pode ser deixada ao sabor dos humores do mercado e às suas expectativas de rentabilidade, como alguns parecem querer.

O uso sustentável dos recursos exige uma modificação profunda dos modelos de produção e consumo vigentes, e inerentes ao modo de produção capitalista.

Por exemplo, há que questionar o livre comércio e os insustentáveis fluxos de energia e matéria que lhe estão associados. Há que apostar na produção e no consumo locais, nas cadeias de abastecimento curtas, nos transportes públicos. O que não vale a pena é tentar pintar de verde um sistema que já revelou à saciedade a sua insustentabilidade.