Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Estratégia da UE para a Conferência de Copeganha sobre as Alterações Climáticas

A resolução aprovada contém aspectos positivos, como sejam: a importância da manutenção de um compromisso internacional pós-2012; a necessidade de consonância dos objectivos de redução com os dados científicos mais recentes; o apelo aos EUA para que estabeleçam de modo vinculativo os objectivos declarados (mas ainda não assumidos) na última campanha eleitoral; salientar a responsabilidade histórica dos países industrializados nas emissões de gases de efeito de estufa; a defesa da eficiência energética e do incremento das actividades de I&DT.

Todavia, é incontornável a preponderância atribuída às chamadas "soluções de mercado" e particularmente ao comércio do carbono. Trata-se de uma opção política e ideológica de fundo, que não só não garante o cumprimento das metas de redução estabelecidas, como é mesmo a mais séria ameaça à consecução dos objectivos ambientais proclamados. A experiência de funcionamento do "Esquema Europeu de Transacções", desde 2005, é disso elucidativa.

O comércio do carbono visa mercantilizar a capacidade de a Terra reciclar o carbono e, por essa via, regular o clima. Deste modo, esta capacidade - que é o garante da vida na Terra, tal como a conhecemos - corre o risco de passar para as mãos das mesmas corporações que vêm degradando o planeta, os seus recursos naturais e o clima.

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