Intervenção de Jorge Cordeiro, Membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional «Alternativa patriótica e de esquerda. Soluções para um Portugal com futuro»

A Intervenção e acção política integrada

A Intervenção e acção política integrada

Camaradas e amigos

Mais força à CDU para avançar em direitos, mais força à CDU para avançar na elevação das condições de vida, mais força à CDU para fazer avançar o País. Em síntese é esta a questão, a opção decisiva que está colocada aos trabalhadores e ao povo nos actos eleitorais que percorrerão o ano de 2019.

Um objectivo e uma condição hoje mais nítida e percepcionada.

Não porque desde sempre a intervenção do PCP e da CDU não tenha sido marcada pelo seu compromisso com os interesses dos trabalhadores e do povo, pela acção determinada na defesa dos seus direitos, no combate à exploração e às injustiças.

Mas porque de forma clara e indesmentível a vida política recente fez prova que cada avanço na reposição defesa e conquista de direitos tem não só a a marca do PCP como não teriam existido sem a intervenção decisiva do Partido.

Hoje é mais amplo o reconhecimento do papel do Partido, da relação entre a sua acção e a perspectiva de novos avanços, do reforço da sua influência enquanto condição para abrir caminho a uma política alternativa.

É esse reconhecimento mais amplo e crescente que as forças e sectores do grande capital que viram os seus planos de intensificação de exploração tropeçar, temem. É isso que explica a ofensiva que enfrentamos. Porque não perdoam ao PCP o contratempo com que não contavam nos planos que tinham gizado, porque não se conformam que em Portugal e por acção decisiva do PCP se tenha feito um percurso ao arrepio do que na União Europeia se inscreveu como inexorável de retrocesso em direitos, porque não perdoam o que se repôs e conquistou e os mitos que desfizemos, e sobretudo as perspectivas de futuro que abrimos para, pela nossa intervenção e com o nosso reforço, avançar no caminho da alternativa política. O PCP é o alvo directo desta ofensiva das forças reaccionárias porque estas sabem que é o PCP e a CDU quem verdadeiramente põe em causa os seus interesses, ameaça os seus projectos, pode comprometer definitivamente a sua agenda de exploração e empobrecimento.

Partir do que conseguimos para dar visibilidade à alternativa patriótica e de esquerda, mostrar que só não se não foi mais longe porque o PS a isso de opôs, mostrar que para avançar na resposta aos problemas nacionais se exige mais força e mais deputados eleitos pela CDU, identificar os elementos de ruptura com a política de direita e as opções que PS, PSD e CDS partilham – eis no essencial o que está colocado à nossa acção, esclarecimento e mobilização.

Elementos indesligáveis porque cada um e todos confluem na indispensabilidade do voto na CDU. Elementos que exigem presença na nossa acção geral e na intervenção eleitoral em particular.

Uma intervenção política que assuma as três eleições deste ano, como uma única batalha, em que cada uma soma e se projecta para a batalha seguinte, tendo como objectivo comum o reforço da CDU enquanto condição de avanço na resposta aos problemas do País, factor de defesa dos interesses nacionais e de desenvolvimento regional do caso da Madeira.

Reforço da CDU visto como um processo e uma construção inseparável da luta, essa mesma luta que contra todas as evidencias conduziu à derrota do governo PSD/CDS, foi parte do que se avançou e será factor decisivo na construção de um Portugal com futuro.

Reforço da CDU alicerçado na intervenção do Partido das suas organizações e militantes, ampliada pela dinâmica unitária da CDU e de convergência e atracção de milhares de homens e mulheres sem filiação partidária.

Uma intervenção que ancorada no problemas nacionais e construída a partir da realidade concreta que molda a vida dos trabalhadores e do povo, apresente soluções para o Pais, afirme a política alternativa necessária e projecte os valores da revolução de Abril.

Uma intervenção política geral que associe a luta e o seu valor na luta pela alternativa combatendo a sua desvalorização, que rejeite as operações de difamação e calúnia dirigidas contra o PCP, combata a difusão do populismo e de concepções de extrema direita.

Uma acção de esclarecimento que denuncie e desmonte o branqueamento dos que num passado recente enfernizaram a vida dos portugueses, que não permita que outros se arvorem em titulares de avanços que não teriam sido alcançados se dependesse apenas da sua vontade, que alerte para os que pendurados na promoção mediática se apropriem do na maioria dos casos resultou da intervenção do PCP.

Uma acção que evidencie o sentido em que é preciso avançar, a condição para o fazer, a política necessária para lhe dar expressão. Avançar e não andar para trás: eis o que está nas mãos de cada um decidir. Avançar em direitos e não andar para trás na sua liquidação; avançar nas condições para assegurar o caminho do desenvolvimento soberano do País e não andar para trás como se tem andado em submissão a interesses e imposições da União Europeia e do Euro. Avançar com uma política que aposte no investimento, no financiamento dos serviços públicos e no apoio à produção e não andar para trás com novas privatizações, mais dependência e maiores défices estruturais ao sabor e nas mãos dos chamados “mercados”. Avançar na afirmação do que Abril representou, afirmando os seus valores inscritos no regime democrático e não andar para trás dando campo à difusão de concepções antidemocráticas que remetem o País para os tempos sombrios de miséria, atraso, corrupção e falta de liberdade.

Demonstrado que foi o papel decisivo do PCP e da CDU na actual fase da vida política nacional é preciso agora projectá-lo para dar vida e corpo à perspectiva da alternativa. É esse objectivo que nos está colocado no tempo mais próximo: dar visibilidade ao facto de ser na CDU que reside a mais sólida garantia de construção de um caminho alternativo capaz de dar solução aos problemas nacionais. Valorizando cada avanço e cada passo dado que responderam a direitos dos trabalhadores e do povo, apresentando-os como obra da nossa acção e da luta dos trabalhadores. Mas pondo em evidência que a verdadeira resposta que o País precisa está no projecto alternativo, na política patriótica e de esquerda.

Fazendo-o com confiança. Aos que julgam poder intimidar-nos responderemos com a determinação de um Partido enraizado nos trabalhadores e no povo, que tem nessa ligação às massas, na identificação daquelas que são as sua aspirações mais profundas de emancipação social e no seu projecto, a força maior para a sua acção. É com os trabalhadores e o povo que, como a nossa história revela, e com a razão da nossa luta, continuaremos a agir com determinação para construir a alternativa política capaz de assegurar um Portugal com futuro.

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