Os trabalhadores da ECCO, multinacional dinamarquesa de calçado, com
uma unidade industrial em S. João de Ver, Santa Maria da Feira,
Portugal, foram surpreendidos pela notícia do despedimento de 369
trabalhadores ainda durante este mês. No ofício difundido pela
Administração da empresa é afirmado que os trabalhadores serão
notificados para, querendo, acordarem rescisões por mútuo acordo
(expressão suave para despedimento), até ao próximo dia 20, após o que
seria accionado o processo de despedimento colectivo. No referido
ofício, a Administração anuncia uma reestruturação da empresa,
justificando-a com a deslocalização da produção para a Eslováquia,
Tailândia e Indonésia. Ora, em anteriores perguntas que formulei à
Comissão sobre os apoios concedidos a esta multinacional, tive
conhecimento da concessão de elevados montantes, pelo que a
administração da empresa afirmava manter o nível de postos de trabalho.
Ao longo dos últimos anos, a empresa tem vindo a introduzir
importantes investimentos, utilizando para isso avultados apoios
comunitários, não se registando quebras de produção nesta unidade. A
decisão de despedimento, a concretizar-se, traria graves prejuízos
económicos e sociais para um concelho já bastante afectado pelo
desemprego.
Assim, solicito à Comissão que me informe do seguinte:
1-
A multinacional ECCO também recebeu apoios comunitários para se
instalar em outros países da União Europeia ou países candidatos à
adesão? E continua a receber apoios para os países onde está instalada
na UE?
2- Que medidas pensa tomar para impedir a continuação
desta deslocalização, com subsequente desemprego de centenas de
trabalhadores, na sua maioria mulheres?
