O défice de proteínas na Europa e o desequilíbrio entre a produção de proteínas animais e vegetais constituem um problema que se tem vindo a agravar, com efeitos na alteração dos hábitos de consumo humano, na qualidade e segurança alimentares e na crise que enfrentam os criadores de gado.
O relator avança com números que são elucidativos e preocupantes. Números que exigem um tomada de atenção ao problema e medidas específicas para a sua resolução.
Estes desequilíbrios radicam nas políticas agrícolas e comerciais vigentes e não encontrarão solução sem uma alteração profunda de ambas – facto que o relatório omite.
A superação dos actuais défices e desequilíbrios deve assentar no apoio ao aumento e à diversificação do cultivo de proteaginosas e numa política de substituição progressiva de importações. O relatório reconhece esta necessidade e aponta algumas medidas importantes, que valorizamos, como a criação de condições de mercado favoráveis à produção, comercialização e consumo locais e a promoção de circuitos de abastecimento curtos e isentos de OGM.
Mas ao mesmo tempo vem abrir a porta a soluções que encaramos com preocupação e que não podemos aceitar, como o levantamento da tolerância zero à presença de OGM na importação de alimentos para animais, pondo em causa a aplicação estrita do princípio da precaução.