No âmbito da Campanha Nacional do PCP «Por uma Política Alternativa, Patriótica e de Esquerda», realizou-se o debate «As desigualdades na sociedade e no território - dimensões do desenvolvimento capitalista», em Coimbra. Nele participaram Agostinho Lopes, António Avelãs Nunes, Sérgio Ribeiro, Madalena da Fonseca, entre outros, e Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP.
Intervenção de Jerónimo de Sousa
Não existem hoje dúvidas de que a saída para a crise que vivemos exige uma viragem com uma nova política. Uma nova política que seja capaz de libertar Portugal da dependência e da submissão, e que combata efectivamente as desigualdades sociais e do território.
Intervenção de Agostinho Lopes
O Programa da Troika, (...), subscrito por PS, PSD e CDS (...), traduz-se na consolidação estrutural e estruturante das desigualdades no País. Não há descontinuidades, relativamente a políticas anteriores, (...) mas há uma qualidade nova, no desenho final, pretendido para a sociedade (...). É a vingança sobre Abril, com uma forte reversão das estruturas económicas e sociais (...). É aliás o fito projectado e desejado pela política dita de austeridade!
Intervenção de Avelãs Nunes
No capitalismo (...) a tendência para a baixa das taxas de lucro só pode ser contrariada de uma maneira, (...) aumentando a exploração sobre os trabalhadores. Daí resulta (...): A deslocalização das empresas; a busca por salários mais baixos; a desindustrialização das economias mais importantes (...); a constituição de um mercado mundial de trabalho (...) que coloca em concorrência directa, trabalhadores com grandes diferenças salariais.
Intervenção de Sérgio Ribeiro
O perigo real de desertificação de parte substancial do país e de congestionamento de uma faixa litoral (...) reforça a necessidade e a urgência de uma mudança de política, com um governo (...) que reflicta e represente o crescente sentimento e tomada de consciência das massas. Uma política e um governo patriótico e de esquerda.
Intervenção de Madalena da Fonseca
Praticamente 30 anos depois da nossa integração europeia, da aplicação dos quadros comunitários de apoio e da política de coesão com vista à atenuação dos desequilíbrios regionais, estes, não só persistem como evidenciam alguma tendência para se acentuarem.