Declaração escrita de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Debate sobre o Mediterrâneo - Tunísia e Egipto

A onda de indignação e as lutas dos povos de países de África, com destaque para os povos da Tunísia e do Egipto, exigem a nossa maior atenção e solidariedade. No caso concreto do Egipto, cujo povo continua a luta pelos seus direitos sociais e laborais, pela justiça social, a democracia e a liberdade, condenamos veementemente a repressão que, às ordens do governo de Hosni Mubarak, foi e continua a ser direccionada contra os trabalhadores e o povo em luta, e prestamos homenagem aos cerca de 100 cidadãos egípcios mortos pela violência de Estado.

A exemplo da Tunísia e de vários outros países do Mundo Árabe e de África, a situação no Egipto é indissociável do aprofundamento da crise do capitalismo e da violenta ofensiva anti-social que a caracteriza, nomeadamente com o crescimento exponencial do desemprego que afecta a juventude, bem como com o aumento exponencial dos preços dos bens alimentares.

Os recentes acontecimentos no Egipto e a ampla mobilização popular que os caracteriza não são também separáveis da coragem, persistência e determinação de organizações representativas dos trabalhadores e de outras forças populares e progressistas que, há muitos anos e em condições muito difíceis, desenvolvem importantes processos de luta. Insistimos na defesa de uma solução política encontrada no quadro do estrito respeito pela vontade soberana do povo do Egipto, livre de quaisquer ingerências, manobras ou pressões externas.

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