Intervenção de

Crise nos sectores agrícolas exigem alteração profunda da PAC

Ao longo dos anos, e das sucessivas alterações da PAC - Política Agrícola Comum, alertámos para as suas consequências e apresentámos alternativas. Infelizmente, não nos quiseram ouvir e hoje vivemos uma situação de desastre, como acontece na agricultura portuguesa.

Alertámos para as consequências da liberalização do comércio internacional dos produtos agro-alimentares. Dissemos que a agricultura não podia ser tratada como uma mercadoria industrial qualquer e deveria ficar de fora das negociações da OMC, para evitar a sua sujeição à especulação bolsista e financeira.

Sempre dissemos que deveriam ser privilegiadas a soberania e a segurança alimentares e valorizado quem trabalha a terra. Por isso,estivemos contra o desligamento das ajudas à produção e o fim das quotas leiteiras.

Sempre afirmámos que há especificidades da agricultura dos países do sul da União Europeia que tem de ser respeitadas para salvaguardar as suas produções de bens alimentares de grande qualidade, como o vinho, o azeite, as frutas e legumes, o arroz, mas também a produção de carne e de leite em condições muito diferentes de outras zonas.

Por isso, insistimos na revisão destas políticas, para ter em conta os preços elevados dos factores de produção, do gasóleo, da electricidade, adubos, rações, crédito e seguros, intervindo em defesa dos agricultores, com políticas que apoiem quem produz e crie emprego no mundo rural.

É necessária uma profunda alteração da PAC para privilegiar a agricultura familiar, as produções agrícolas regionais e de espécies autóctones, dando resposta às justas lutas dos agricultores que são quem produz os bens fundamentais para a nossa alimentação.

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