Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Corrupção nos sectores público e privado: o impacto nos direitos humanos em países terceiros

O combate à corrupção, para ser eficaz e efectivo, não pode ignorar o caldo de cultura em que estas práticas tendem a proliferar.

Os programas ditos de ajustamento estrutural que o FMI vem impondo há décadas por todos os continentes e que a UE impõe agora aos países da periferia, programas assentes nas privatizações, no esbulho do património público, na abertura ao negócio de áreas que antes estavam resguardadas do mercado, como os serviços públicos, na prevalência de interesses privados sobre o interesse público, estas políticas, para além do rasto de destruição, desemprego e pobreza que deixam, criam as condições para uma crescente promiscuidade entre o poder político e o poder económico e para o desenvolvimento de práticas de corrupção, ao mesmo tempo que enfraquecem os mecanismos públicos de controlo e combate a estas práticas.

Uma política de combate à corrupção deve assentar sobretudo na sua prevenção e deve passar, tem de passar, imperiosamente, pela ruptura com estas políticas.

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