Não pomos em causa, pelo contrário, muito valorizamos os sentimentos de altruísmo e genuína generosidade que levam muitos europeus a abraçar o voluntariado, sob formas muito diversas, nos países em desenvolvimento.
Mas até por isso, não podemos deixar de aqui manifestar reservas face a esta proposta de criação de um Corpo de Voluntários da União Europeia para a Ajuda Humanitária.
Distanciamo-nos de uma certa visão instrumental do voluntariado, que procura através dele expressar valores e sentimentos que estão muito longe de estar presentes na acção geral da União Europeia e particularmente nas suas políticas sectoriais, algumas delas com efeitos consabidamente perniciosos nos países em desenvolvimento.
Por aqui se deveria começar, pela coerência das políticas.
A proposta tem além disso outras nuances e implicações, que, em geral, não nos parece que contribuam como seria desejável e necessário para o reforço da cooperação para o desenvolvimento.