Segundo a revista The Lancet a actual crise economica e financeira está a ter consequências dramáticas na saúde das populações, nomeadamente no aumento dos suícidios e de doenças infecciosas, consequências que se verificam em Países como a Grécia, Espanha e Portugal.

Partindo do exemplo de Portugal, cujas medidas de austeridade impostas pela troika (FMI, EU) e postas em prática pelo Governo da República Portuguesa, traduziram-se, na área da saúde, no encerramento de serviços e valências hospitalares, na eliminação ou redução dos cuidados de proximidade e consequente redução da dimensão preventiva e no acesso ao diagnóstico, na retirada de apoios ao transporte de doentes não urgentes, no aumento brutal das taxas moderadoras, medidas que tiveram como consequência a restrição ao acesso aos serviços de saúde e ao aumento dos custos para os utentes. Tudo isto aconteceu num quadro de brutal aumento do desemprego e da perda de poder de compra da generalidade do povo português.

Face às consequências visíveis das medidas de austeridade na saúde pública, pergunto à Comissão:

- foi produzida qualquer avaliação do impacto das medidas de austeridade impostas pela troika, nomeadamente na área do acesso a cuidados de saúde?
- não considera necessário e urgente que se inverta esta situação, através do reforço do investimento na saúde pública e nos sistemas de segurança social?