Há duas questões sobre as quais valia a pena aprofundar a discussão em vésperas de mais uma conferência sobre as alterações climáticas:
1. Marcado do carbono. No afã de criar um novo refúgio para os especuladores financeiros, de criar mais uma máquina bilionária de geração de activos financeiros fictícios, a UE adoptou, em lugar de uma abordagem normativa, uma abordagem de mercado às alterações climáticas. Está bem à vista o falhanço e a perversidade desta opção. As medidas que a Comissão veio agora propor para retirar o excesso de licenças de emissão de circulação não altera o problema de fundo, que persiste. Para quando a substituição desta abordagem de mercado por uma abordagem normativa?
2. Liberalização e desregulação do comércio internacional. A UE que se diz muito preocupada com as alterações climáticas e reclama "liderança" no combate às mesmas, é a mesma UE que vai prosseguindo pelo mundo fora a liberalização e desregulação do comércio internacional, assim aumentando os fluxos de energia e de matéria, e por conseguinte as emissões de GEE, inerentes à satisfação das necessidades humanas. Para quando a resolução desta manifesta contradição?