Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Conferência sobre as Alterações Climáticas em Doha

Esta resolução pretende lançar orientações para o mandato da UE na COP 18. Propõe-se uma acção reforçada na entrada para o segundo período de compromisso de Quioto, pedindo um aumento da ambição até 2020, procurando novas fontes de financiamento. Pretende-se a introdução de regras de contabilidade sólidas no “uso dos solos”, reafectação dos solos e silvicultura, assim como na redução das emissões resultantes da desflorestação e da degradação das florestas, em especial no que respeita à avaliação técnica dos níveis de referência florestais.
Ainda que concordemos com alguns pontos, discordamos fortemente de outros: a defesa da criação de um mercado mundial de carbono, com "ligações entre o regime de comércio de emissões da UE e outros regimes de comércio de emissões", numa altura em que está bem à vista a ineficácia e a perversidade desta abordagem de mercado; a defesa da atribuição de valor de troca, através da atribuição de um preço aos “bens e serviços” proporcionados pela biodiversidade – meio caminho andado para a mercantilização e apropriação privada da Natureza e dos seus recursos; a retirada, em resultado da votação em plenário, da referência às patentes (dizendo que os paíseses em desenvolvimento não serão obrigados a adquiri-las). São razões suficientes para termos votado contra o relatório.

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