A tragédia ocorrida no Bangladeche, com o colapso de um edifício industrial nos arredores de Daca e a morte de milhares de pessoas, vem avivar o problema, há muito conhecido, das condições de trabalho desumanas e da exploração extrema a que estão sujeitos os trabalhadores de empresas que abastecem o mercado europeu.
Há cinco meses atrás discutíamos sobre as vítimas de incêndios em fábricas têxteis, sobre as precárias condições de trabalho destes trabalhadores, defendendo-se a necessidade de os fabricantes implementarem, de facto, a legislação de saúde e segurança no trabalho e de existir um maior controlo por parte dos Governos, através de um sistema independente de inspecções laborais.
Mais uma vez, não há uma responsabilização clara dos retalhistas têxteis multinacionais que utilizam mão-de-obra barata para aumentarem os seus lucros.
As compensações financeiras e os pêsames às famílias das vítimas não são suficientes, é necessário que a UE adopte medidas face às empresas que lucram com a persistência desta situação. É necessário a implementação de mecanismos face a importações de produtos com esta origem.